Antigo guarda nazi de 98 anos acusado de cumplicidade no assassinato de mais de 3300 pessoas
Os procuradores alemães disseram, esta sexta-feira, que acusaram um ex-guarda da SS, agora com 98 anos, de cumplicidade no assassinato de mais de 3300 pessoas num campo de concentração nazi durante a II Guerra Mundial.
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O alemão, não identificado, era adolescente quando trabalhou como vigia da SS no campo de Sachsenhausen, entre julho de 1943 e fevereiro de 1945. Agora com 98 anos, é acusado de “ter ajudado no assassinato cruel e insidioso de milhares de prisioneiros” no campo, disse o procurador Thomas Hauburger.
Uma avaliação psiquiátrica do suspeito em outubro de 2022 concluiu que está apto para ser julgado dentro de certos limites. Dada a sua tenra idade no momento do alegado crime, um tribunal de menores vai decidir se vai abrir o processo.
A Alemanha tem assistido a uma série de ações legais contra ex-guardas nazis idosos. Porém, dada a idade avançada dos acusados, muitos julgamentos tiveram de ser cancelados por razões de saúde. As condenações também não levam à prisão efetiva, com alguns réus a morrer antes mesmo de começarem a cumprir as suas penas de prisão.
Entre os considerados culpados nestes últimos julgamentos estavam Oskar Groening, um contabilista em Auschwitz, e Reinhold Hanning, um antigo guarda nazi no mesmo campo. Os dois homens foram considerados culpados de cumplicidade em assassinato em massa aos 94 anos, mas morreram antes de serem presos. Josef Schuetz, ex-guarda de um campo nazi de 101 anos, foi condenado no ano passado, tornando-se o mais velho até agora a ser julgado por cumplicidade. Morreu em abril enquanto aguardava o resultado de um recurso contra a sua sentença de cinco anos de prisão.