Noventa e nove dias depois da invasão, a 24 de fevereiro, cerca de 125 mil quilómetros quadrados da Ucrânia estão agora ocupados pelas tropas russas. Os combates continuam em Severodonetsk, cidade cuja maior parte do território também já caiu nas mãos da Rússia. Na Europa, o sexto pacote de sanções foi aprovado, mas a União Europeia "poupou" o líder da Igreja Ortodoxa russa por pressão da Hungria. Os pontos-chave desta quinta-feira:
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- O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, admitiu que a Rússia controla cerca de 20% do território da Ucrânia, ou cerca de 125 mil quilómetros quadrados. "Hoje, cerca de 20% do nosso território está sob o controlo dos ocupantes, quase 125 mil quilómetros quadrados. É muito mais do que a área de todos os países do Benelux juntos", disse Zelensky, referindo-se ao grupo formado por Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo. Leia mais aqui
- As tropas russas mantêm a ofensiva na cidade ucraniana de Severodonetsk, região oriental de Lugansk, registando-se várias operações de assalto nas últimas horas, de acordo com o Estado Maior das Forças Armadas da Ucrânia. O Ministério da Defesa do Reino Unido diz que a Rússia controla a maior parte da cidade de Severodonetsk, embora tenha sustido algumas baixas. Na mesma cidade, há cerca de 800 pessoas, incluindo crianças, escondidas debaixo da fábrica de produtos químicos Azot. Os combates intensos forçaram a interrupção da retirada da população.
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- O governador da região ucraniana de Lviv, Maksym Kozytskyy, disse que um ataque aéreo russo num túnel ferroviário feriu duas pessoas. O assessor do ministro do Interior da Ucrânia, Anton Gerashchenko, adiantou que os russos atingiram o túnel ferroviário de Beskides, nos Cárpatos, para cortar uma importante ligação ferroviária e interromper os carregamentos de armas e combustível ao país.
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- As forças russas estão a tentar atacar a vila de Berestove, no leste da Ucrânia, que fica numa estrada principal que liga a cidade de Lysychansk, na região de Lugansk, ao resto da Ucrânia. A Rússia também está a tentar atacar a cidade de Sviatohirsk, na região de Donetsk.
- A Rússia voltou a acusar o Exército ucraniano de estar a preparar ataques contra o território russo com os novos sistemas de mísseis que os EUA estão a fornecer à Ucrânia. O Kremlin garantiu ainda que a Rússia alcançará os objetivos da invasão da Ucrânia, apesar dos envios de armas modernas por parte dos EUA, e Kiev acredita que a tomada da capital é fundamental para Moscovo.
- Autoridades impostas pela Rússia na região ocupada de Zaporíjia disseram que a propriedade e os recursos do Estado ucraniano serão "nacionalizados".
- Voluntários e funcionários ucranianos que se recusam a colaborar com as autoridades russas na cidade ocupada de Mariupol e vilas próximas estão a ser presos e executados, segundo o conselho da cidade de Mariupol.
- A Ucrânia estará a considerar desligar a central nuclear de Zaporíjia, que fica em território ocupado pela Rússia, se Kiev perder o controlo das operações no local.
- A Rússia disse que travou o fluxo de "mercenários" estrangeiros na Ucrânia, que lutam ao lado o exército de Kiev, ao impor-lhes pesadas perdas nas últimas semanas.
Apoio à Ucrânia
- A União Europeia aprovou o sexto pacote de sanções à Rússia devido à sua agressão militar à Ucrânia, deixando o líder da Igreja Ortodoxa russa de fora da lista de indivíduos alvo de medidas restritivas, por pressão da Hungria. Leia mais aqui
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- O Parlamento Europeu vai proibir imediatamente a entrada de empresários russos em todas as suas instalações, como em Bruxelas e em Estrasburgo, anunciou a presidente da assembleia europeia, garantindo união "contra os autocratas", pela invasão da Ucrânia.
- A Rússia não planeia "fechar a janela" para a Europa. Apesar das relações entre Moscovo e o Ocidente se terem deteriorado após a invasão da Ucrânia, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, insistiu: "Não estamos a planear fechar nada".
- Os EUA anunciaram uma ronda de novas sanções contra indivíduos russos. As sanções mais recentas visam uma corretora de iates alinhada com o Kremlin e vários funcionários proeminentes do governo russo. O associado próximo de Putin e gerente financeiro, Sergei Roldugin, que é o guardião da riqueza offshore do presidente russo, também está na lista.
- O Reino Unido anunciou o envio para a Ucrânia de "sofisticados" sistemas de rockets de médio alcance (M270). Já a Suécia vai fornecer à Ucrânia mais ajuda económica e equipamentos militares, incluindo mísseis antinavio e armas antitanque.
- O fabricante turco de drones Baykar deu um drone Bayraktar TB2 à Lituânia, no entendimento de que será doado à Ucrânia para ajudar a combater as forças russas.