O avião da AirAsia, desaparecido desde domingo, está provavelmente "no fundo do mar", afirmou esta segunda-feira o chefe da agência nacional indonésia de busca e resgate. Mesmo assim, as autoridades indónésias estão confiantes que o avião será encontrado, destacando que as condições meteorológicas estão melhores. Um objeto que poderá pertencer ao avião foi já avistado a cerca de 700 milhas da última posição conhecida mas aguarda-se a chegada de um navio à zona para confirmar a descoberta.
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"Com base nas coordenadas que nos foram facultadas e na avaliação segundo a qual a posição estimada do acidente é no mar, a hipótese é a de que o avião esteja no fundo do mar", afirmou Bambang Soelistyo, o chefe da agência nacional indonésia de busca e resgate.
Em conferência de Imprensa, realizada em Jacarta, o mesmo responsável declarou tratar-se de "uma suspeita preliminar que poderá ser desenvolvida com base na avaliação do resultado das buscas" pelo Airbus da companhia área de baixo custo AirAsia, que transportava 162 pessoas a bordo.
Bambang Soelistyo afirmou que a Indonésia não dispõe "das ferramentas", como veículos submarinos, necessárias para retirar o aparelho do mar, mas que Jacarta recorrerá à ajuda de outros países.
Terá sido um desses meios, um avião de reconhecimento australiano, a avistar um objeto no mar, a cerca de 700 milhas da última posição conhecida do avião da Air Asia.
As autoridades indonésias indicaram que o objeto avistado pelo aparelho Orion P se encontra a cerca de 700 milhas (1.127 quilómetros) da última posição conhecida do avião desaparecido.
Até que um navio alcance o objeto e o identifique não será possível saber se se trata de destroços do avião da AirAsia, se é lixo ou qualquer outra coisa.
Indonésia, Singapura, Malásia, Austrália e Coreia do Sul participam nas operações de busca, com 12 navios, cinco aviões e três helicópteros.
Dezenas de pescadores da zona também cooperam, enquanto vários países, como Estados Unidos ou China, ofereceram ajuda.
"Devido à nossa falta de tecnologia, tenho coordenado com o nosso ministério dos Negócios Estrangeiros para que possamos pedir emprestada a outros países que já a ofereceram. Trata-se do Reino Unido, França e Estados Unidos", disse Bambang Soelisty.
As autoridades indonésias indicaram estar a usar um sistema sonar, com capacidade para detetar sinais entre mil e dois mil metros de profundidade nas operações de busca no Mar de Java.
Retomadas esta manhã, após suspensas na noite de domingo, as buscas estão centradas nas águas próximas da ilha de Belitung, zona onde se perdeu o contacto.
O vice-presidente da Indonésia, Jusuf Kalla, indicou, esta noite, que existem "enormes possibilidades" de o avião da AirAsia ter sofrido um acidente.
"Há uma enorme possibilidade de ter sofrido um acidente", assinalou, em conferência de imprensa transmitida pelas televisões, informa o jornal de Singapura "The Straits Times". Essa hipótese também foi levantada, no domingo, pelo primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak.
O desaparecimento do avião dos ecrãs do radar "significa a possibilidade de que algo aconteceu com a aeronave", afirmou, citado pelo jornal malaio "The Star".
O Airbus 320-200 da AirAsia, que desapareceu dos radares depois de descolar do aeroporto internacional de Juanda, na cidade indonésia de Surabaia às 5.35 horas de domingo (21.35 horas de sábado em Portugal continental), deveria ter aterrado em Singapura às 8.30 horas (0.30 horas em Portugal).
Avião "será encontrado"
Entretanto, o responsável pela área aeroportuária da zona de Surabaia do Ministério dos Transportes da Indonésia, Pramintchadi SK, está confiante de que o avião será encontrado, destacando que as condições meteorológicas estão melhores.
Em conferência de imprensa, esta segunda-feira de manhã, em Surabaia, no leste da ilha de Java, Pramintchadi SK destacou que as condições meteorológicas estão melhores do que no domingo, existindo uma visibilidade de dois quilómetros.
Além disso, esta segunda-feira houve um reforço de meios, com "mais cooperação entre todas as instituições" e, inclusive, a colaboração das autoridades de Singapura e da Malásia. Também a Austrália enviou um avião da Força Aérea para participar nas buscas.
"Estamos muito confiantes quanto à posição" do avião, frisou, destacando não se tratar de uma área muito vasta, como aconteceu, por exemplo, com o aparelho da Malaysia Airlines que desapareceu em março deste ano.
"Penso que esta condição é muito diferente, porque na altura, no último contacto, não havia um radar ou satélite na área que conseguisse apanhar a localização" do avião, explicou.