Presidente dos EUA está melhor em relação à covid, contando voltar ao ativo na próxima semana. E continua imune aos apelos dos democratas para que abandone a corrida à Casa Branca. Só membros do Congresso, são mais de 30.
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De nada estão a servir os crescentes apelos de democratas para que Joe Biden desista da corrida à Casa Branca. Até o antigo presidente Barack Obama comentou que deveria reconsiderar, mas nem o peso institucional do homem a quem serviu como vice-presidente convence Biden. As sondagens continuam a ser-lhe desfavoráveis - mesmo entre os militantes do seu partido -, somam-se os nomes de congressistas que querem vê-lo pelas costas. E que faz o atual presidente dos Estados Unidos? Anuncia que vai voltar à campanha na próxima semana.
A recuperar de sintomas ligeiros de covid-19 na residência de Delaware, Joe Biden parece estar imune a todas e quaisquer pressões, de todas e quaisquer pessoas. Nesta sexta-feira, a NBC News contabilizava no seu site 32 nomes de democratas, entre membros do Senado e membros da Câmara dos Representantes (as duas alas em que se divide o Congresso) que apelaram publicamente à desistência, desde o dia 2 deste mês. Zoe Lofgren, Kathy Castor e Betty McCollum eram apenas as mais recentes.
Biden mantém-se na sua. Não só não desiste, como está confiante na vitória a 5 de novembro. Num comunicado oficial emitido hoje, disse: "Os riscos são altos e a escolha é clara. Juntos, vamos ganhar". Considera-se a pessoa mais capaz para derrotar Donald Trump, o candidato republicano que assiste, confortavelmente, a todo o circo mediático em torno do seu rival.
Depois de a diretora de campanha, Jen O"Malley Dillon, ter garantido que Biden permanece na corrida, foi a vez de o próprio afirmar que está "ansioso para voltar à campanha na próxima semana". No mesmo comunicado, atacou a "visão sombria" que o ex-presidente Donald Trump delineou para os Estados Unidos no encerramento da convenção do Partido Republicano, em Milwaukee. "Juntos, como partido e como país, podemos e iremos derrotá-lo nas urnas", insistiu Biden.
A determinação do presidente foi salientada pela diretora de campanha, na entrevista que deu à cadeia televisiva MSNBC. Jen O"Malley Dillon reconheceu que as últimas semanas têm sido difíceis, mas parece ter desvalorizado as pressões: "Verificámos, é certo, alguma diminuição no apoio, mas é um movimento de pequena amplitude", disse. "Já ouviram vezes sem conta da boca do presidente: apresenta-se para ganhar, é o nosso candidato, e vai ser o nosso presidente para um segundo mandato", insistiu a responsável.
Em relação à covid, o presidente melhorou de forma significativa. O relatório do médico Kevin O"Connor foi divulgado pela Casa Branca.
Bastaria um telefonema para acabar com as guerras
Donald Trump encerrou a convenção dos republicanos com a promessa de acabar com as crises internacionais e de restaurar o prestígio americano, dizendo que poderia "parar as guerras com uma chamada telefónica". O ex-presidente dos EUA, que concorre de novo à Casa Branca, pintou um cenário terrível sob a atual Administração e acredita que o Mundo está "à beira da Terceira Guerra Mundial".
"Vamos restaurar a paz, a estabilidade e a harmonia em todo o Mundo", disse, sem, contudo, explicar como. Mais: "Sob a nossa liderança, os Estados Unidos serão respeitados novamente. Nenhuma nação questionará o nosso poder, nenhum inimigo duvidará do nosso poder, as nossas fronteiras estarão totalmente seguras".
O magnata emocionou os delegados à convenção ao descrever os momentos do ataque de sábado passado. "Havia sangue a jorrar por todo o lado, mas eu senti-me muito seguro porque tinha Deus ao meu lado", disse.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, já admitiu que lidar com Trump, caso vença as eleições do dia 5 de novembro, será um "trabalho duro".
Depois de ter sido alvo de uma tentativa de assassinato na Pensilvânia, no comício de dia 13, Donald Trump fez a primeira aparição pública na convenção. E vai voltar à estrada já neste sábado, na companhia do candidato a vice-presidente, J. D. Vance, para um comício em Grand Rapids, no Michigan.