O "Assassino do Zodíaco" aterrorizou a Califórnia nos anos de 1960 e 70. Divulgou mensagens encriptadas para provocar as autoridades, que nunca o conseguiram identificar. Uma das mensagens foi agora revelada.
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Foram precisos 51 anos e equipas de especialistas de três países para descodificar uma mensagem encriptada do "serial killer" conhecido como "Assassino do Zodíaco", que aterrorizou a Califórnia nos anos de 1960 e 70.
Na sexta-feira, o descodificador David Oranchak revelou pela primeira vez a mensagem enviada pelo assassino: "Espero que se estejam a divertir muito a tentar apanhar-me".
A mensagem foi enviada ao jornal "San Francisco Chronicle", em novembro de 1969, recorrendo a vários símbolos, até agora indecifráveis. E foi este jornal que agora divulgou a mensagem.
"Não tenho medo da câmara de gás porque irá enviar-me para o paraíso tanto mais cedo porque agora tenho escravos suficientes para trabalhar para mim", acrescenta o texto.
O FBI confirma a descodificação da mensagem mas considera que ajuda pouco os investigadores, que há décadas procuram identificar o assassino.
"O 'Assassino do Zodíaco' aterrorizou várias comunidades no nordeste da Califórnia e apesar de terem passado várias décadas continuamos a procurar justiça para as vítimas destes crimes brutais", disse Cameron Polan, porta-voz do FBI de São Francisco, ao jornal "San Francisco Chronicle".
O inquérito ainda está em aberto. "Devido à natureza da investigação, e por respeito às vítimas e às suas famílias, não faremos mais declarações neste momento", acrescentou o porta-voz.
Esta é a segunda mensagem do "Assassino do Zodíaco" que é descodificada. A primeira foi rapidamente entendida por um casal local. Assim como o texto agora revelado, também o primeiro serviu apenas para aterrorizar e provocar. Revela pouco sobre quem era o assassino - apenas o motivo sinistro por detrás dos crimes: "Gosto de matar porque é muito divertido".
O "Assassino do Zodíaco" está associado a cinco homicídios na Baía de São Francisco, entre 1968 e 1969. Outras duas vítimas escaparam e suspeita-se que muitos outros crimes terão sido cometidos pela pessoa que reclama a autoria de 37 mortes.
O criminoso começou a contactar o jornal em 1969 e telefonava à polícia, identificando-se apenas como "Zodíaco". Frequentemente ameaçava com mais crimes caso os jornais não publicassem as suas mensagens encriptadas. Houve quatro mensagens codificadas no total, uma das quais revelava que a sua identidade seria revelada.
Em 2007, um filme de David Fincher protagonizado por Mark Ruffalo e Robert Dowey Junior tornou o caso célebre em todo o Mundo.