A Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) de São Paulo declarou a Mocidade Alegre campeã do Grupo Especial. O título só foi confirmado na madrugada desta quarta-feira, após uma reunião entre os presidentes das escolas. Confusão generalizada no apuramento manchou a imagem do Carnaval paulista. Veja o vídeo.
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Os confrontos que interromperam a leitura das notas das escolas de samba do Grupo Especial na tarde de terça-feira, no Anhembi, quase deixaram o Carnaval de São Paulo sem uma campeã em 2012. Após uma reunião de quase cinco horas entre presidentes das escolas, ficou decidido, por sete votos a cinco, que os pontos apurados seriam mantidos.
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A decisão beneficiou a Mocidade Alegre, que vencia o apuramento no momento em que a confusão teve início.
A campeã do polémico Carnaval comemorou na avenida o centenário do escritor Jorge Amado no Anhembi, inspirando-se no livro "Tenda dos Milagres", romance publicado em 1969. A escola contou com a participação de 3500 componentes divididos em 25 alas. Este é o oitavo título da Mocidade.
A segunda colocada foi a Rosas de Ouro, seguida de Vai-Vai, Mancha Verde e Vila Maria. Pérola Negra e Camisa Verde e Branco desceram para o Grupo de Acesso (segunda divisão).
O resultado anunciado revoltou alguns dirigentes. Para o presidente da Vai-Vai, o justo seria encontrar os dois jurados que tiveram as notas rasgadas nesta quarta-feira, para saber quais as notas finais atribuídas à Mocidade.
"Aí, sim, se eles deram dois dez para a Mocidade, a escola é campeã. Não homologar um resultado que ninguém sabe quais são as duas notas. É uma vergonha levar o carnaval dessa maneira. Toda essa situação deixa a gente muito chateado", disse ao portal G1.
Até mesmo a presidente da Mocidade, Solange Bichara, não se sentiu confortável com o resultado. "Eu não me sinto confortável com essa situação. Não quero ser campeã nas costas de ninguém. Eu estou chateada. Não fui eu que roubei a nota, não fui eu que sumi com os resultados", afirmou.
Os confrontos no Anhembi começaram quando a organização lia o nono e último quesito analisado pelos jurados e a comissão de frente (dançarinos que abrem o desfile das escolas) e membros de agremiações derrubaram a grade que protegia o local.
Um homem com a camisa da escola Império de Casa Verde roubou e rasgou papéis com notas de jurados. Em seguida, outros integrantes de escolas entraram em confronto com os seguranças, que não conseguiram detê-los, e um carro alegórico foi incendiado.
No momento em que o apuramento foi interrompido, a escola de samba Mocidade Alegre vencia a competição.
Cinco pessoas foram presas devido às brigas no Sambódromo do Anhembi, inclusive o elemento da Império de Casa Verde que rasgou as notas.
O mais provável motivo para os desentendimentos é a discordância de algumas escolas em relação às notas e à troca de dois jurados na quinta-feira, véspera dos desfiles de Carnaval.
Ao todo, quatorze escolas apresentaram-se na sexta-feira e no sábado nos desfiles de Carnaval de São Paulo e os jurados escolhidos pela Liga das Escolas de samba têm de analisar nove quesitos de cada agremiação para atribuírem as notas.
