Apreendidos mais de três mil ovos de pássaros raros na Austrália

Segundo avança a BBC, está a ser investigado um homem de 62 anos, mas ainda não foram feitas detenções.

“O homem terá estado envolvido na recolha e colheita de ovos de aves selvagens e no comércio de ovos de aves nativas australianas e de ovos de aves na lista CITES" - ou seja, Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas (CITES, na sigla em inglês) - afirmou um porta-voz do Departamento Federal das Alterações Climáticas, Energia, Ambiente e Água (DCCEEW).

O suspeito irá comparecer a tribunal por ter cometido infrações à Lei de Proteção do Ambiente e da Biodiversidade de 1999.

Os ovos estão a ser analisados para saber a que espécie correspondem, mas os investigadores acreditam que serão espécies raras e em vias de extinção, como o pardalote-da-tasmânia, que habita a penas na ilha Bruny, na Tasmânia, o periquito-migrador ou o albatroz-arisco.

Todos os ovos foram encontrados vazios, o que significa que apenas têm valor ornamental.

A investigação liderada por autoridades europeias já decorre desde 2023 e tem como foco principal a compra e venda ilegal de aves a nível internacional. Já foram apreendidos mais de 56 mil ovos através de mandados de busca.

O crime contra o ambiente e espécies ameaçadas é um dos mais lucrativos no panorama global e continua a aumentar. O comércio internacional de animais selvagens vale milhares de milhões de euros, desde animais vivos até aos produtos derivados.

Tanya Plibersek, Ministra do Ambiente australiana, realçou que "o tráfico ilegal e o crime contra a vida selvagem estão a tornar-se rapidamente uma ameaça para muitas das espécies que já estão em risco de extinção", reforçando que é preciso "acabar com este comércio terrível", em que os animais são "capturados no mato australiano e enviados para o estrangeiro para serem vendidos".

Segundo declarações de Sally Bryant, ecologista da Tasmânia, a recolha de ovos "provavelmente acontece mais do que qualquer um de nós imagina".