A Arábia Saudita acusou o Irão de ser um país "sem vergonha", ao apoiar o terrorismo e ameaçar a estabilidade regional, após os protestos de Teerão contra a execução do religioso xiita saudita Nimr Baqer al-Nimr.
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"O regime iraniano é o último regime no mundo que pode acusar outros de apoiarem o terrorismo, na medida em que o Irão apoia o terrorismo e foi condenado pelas Nações Unidas e numerosos países", declarou um porta-voz do ministro dos Negócios Estrangeiros saudita, num comunicado citado pela agência noticiosa oficial SPA.
Segundo a nota, "o regime iraniano é um regime sem vergonha", uma vez que "fulmina os direitos humanos, executou centenas de iranianos no ano passado sem quadro legal claro".
O teor do comunicado foi divulgado momentos antes de ser conhecido o ataque à Embaixada da Arábia Saudita em Teerão, por manifestantes contra a execução de Nimr Baqer al-Nimr.
De acordo com a agência iraniana Isna, os manifestantes lançaram "cocktails Molotov" contra a embaixada e conseguiram entrar no interior do edifício antes de serem dispersados pela polícia.
Nimr Baqer al-Nimr foi uma das 47 pessoas xiitas e sunitas executadas na Arábia Saudita, acusadas de práticas terroristas.
O Irão, maioritariamente xiita e rival da Arábia Saudita sunita, declarou, em resposta às acusações de Riade, que "o Governo saudita apoia, de um lado, os movimentos terroristas e extremistas e, ao mesmo tempo, utiliza a linguagem de repressão e a pena de morte contra os opositores internos".