Os peritos do Departamento Geral do Comité de Investigação da Rússia terminaram as investigações a bordo do cargueiro e abandonarão o navio até 18 de Setembro.
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"O governo de Malta e o proprietário do navio, a companhia Arctic Sea LTD Malta, foram informados de que o cargueiro Arctic Sea será entregue no porto de Las Palmas... na presença de representantes do Reino de Espanha", informa o Departamento Geral do Comité de Investigação da Rússia, em comunciado divulgado hoje.
O cargueiro Arctic Sea, que oficialmente transportava madeira da Finlândia para a Argélia, foi desviado no Mar Báltico em finais de Julho e encontrado por navios de guerra russos perto das costas de Cabo Verde a 16 de Agosto.
As informações contraditórias prestadas pelas autoridades russas levaram a supôr que o navio poderia transportar mísseis ou outros "materiais perigosos" para o Irão, tendo obrigado a uma intervenção dos serviços secretos israelitas para fazer abortar a operação.
No dia 09 de Setembro, órgãos de informação israelitas escreveram que, dois dias antes, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu teria realizado uma rápida viagem secreta à capital russa a fim de abordar, com os dirigentes russos, a questão do desaparecimento do cargueiro Arctic Sea.
No dia 04, o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, num encontro com analistas políticos, respondeu com uma pergunta à pergunta: "O que sabe sobre a visita de Netanyahu a Moscovo?".
"E você o que sabe?", retorquiu Putin e nada mais acrescentou.
Segundo este cenário, Netanyahu teria vindo secretamente a Moscovo para resolver o problema, evitando tornar público os pormenores de toda a história.
Após o resgaste do navio, as autoridades militares russas anunciaram que ele iria ser rebocado para o porto de Novorrosisk, no Mar Negro, onde deveria chegar até 10 de Setembro para ser sujeito a "buscas minuciosas". Porém, no dia 10, Moscovo anunciou que o cargueiro iria ser entregue às autoridades de Malta, sob cuja bandeira navegava, na ilha espanhola de Las Palmas.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros e a Procuradoria-Geral da Rússia continuam a afirmar que o cargueiro nada mais transportava além da "carga declarada".