Argentina considera "equivocada" decisão de pedir mandado de captura contra Netanyahu
O governo argentino rejeitou, esta quarta-feira, a decisão do procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI) de solicitar a prisão do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e do seu ministro da Defesa por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
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"A Argentina considera equivocada e rejeita a equiparação que o procurador faz entre autoridades legítimas de um Estado democrático com líderes de uma organização terrorista responsável por crimes brutais", indicou o ministério dos Negócios Estrangeiros em comunicado.
O procurador do TPI, Karim Khan, solicitou na segunda-feira ordens de prisão contra Netanyahu e contra o seu ministro Yoav Gallant por "matar deliberadamente civis à fome", "homicídio intencional" e "extermínio e/ou assassinato" na Faixa de Gaza.
Khan também pediu ordens de prisão contra três líderes do movimento palestiniano Hamas por crimes como "extermínio", "violação e outros atos de violência sexual" e "tomada de reféns como crime de guerra" em Israel e Gaza.
"A decisão coloca em questão o direito à legítima defesa exercido por Israel", escreveu o ministério dos Negócios Estrangeiros argentino, e "acrescenta obstáculos aos esforços para conseguir a libertação dos reféns ainda nas mãos do Hamas, a chegada de ajuda humanitária e uma solução de longo prazo para a crise".
A guerra entre Israel e o Hamas em Gaza eclodiu a 7 de outubro, quando comandos islamitas perpetraram um ataque no sul de Israel, que causou a morte de mais de 1.170 pessoas, na sua maioria civis, segundo um levantamento da AFP a partir de números oficiais israelitas.
Mais de 250 pessoas foram capturadas e 124 permanecem sequestradas em Gaza, das quais se acredita que 37 morreram, segundo Telavive.
Até agora, 35.709 palestinianos, principalmente civis, morreram na ofensiva de retaliação lançada por Israel, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, um território governado pelo Hamas desde 2007.
O presidente Javier Milei reafirmou o alinhamento geopolítico da Argentina com os Estados Unidos e Israel e ofereceu a sua solidariedade "inabalável" a este país.
Um dos seus primeiros destinos como presidente foi Israel, onde Milei mostrou a sua proximidade com o país e o seu interesse espiritual no judaísmo.