As mais recentes escavações em Pompeia tiveram lugar num setor do Parque Arqueológico que já não era explorado desde finais do século XIX. Entre as novas descobertas estão esqueletos humanos, uma cozinha adornada com serpentes, frescos e uma padaria industrial.
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Alessandro Russo, arqueólogo co-líder nas novas explorações, confessa que tem sido difícil para os especialistas “conservarem aquilo que já encontraram”. Russo acredita que as gerações futuras encontrarão maneiras mais eficazes de o fazer, tendo em conta que ainda há um terço da cidade por explorar.
Uma das prioridades neste momento é retirar as cinzas vulcânicas e as pequenas pedras – conhecidas como “lapilli” – que ainda escondem muitos segredos da cidade.
Gennaro Lovino, outro co-líder da exploração, defende que “cada quarto em cada casa tem a sua micro-história (…) Eu quero descobrir todas essas micro-histórias”. De acordo com a “BBC”, foi descoberto um “forno gigante”, capaz de produzir cerca de 100 pães de cada vez, o que leva os especialistas a acreditar que esta estrutura fazia parte de um edifício dedicado à indústria.
O jornal acrescenta que foram encontradas cerca de 50 padarias em Pompeia, porém esta estrutura não poderia fazer parte de uma loja, visto que não existe a fachada específica desse tipo de negócios. Seria parte de uma fábrica que forneceria outras lojas.
Em junho, os especialistas revelaram ao mundo a descoberta de um fresco – uma pintura feita sobre uma parede ou teto – que se assemelhava bastante a uma piza. No entanto, foi confirmado, mais tarde, que seria impossível tratar-se realmente de uma piza visto que, naquela altura, ainda não estavam disponíveis no país alguns dos ingredientes necessários para completar a receita, como tomate e queijo mozarela.
Gennaro contou que a suspeita da piza surgiu numa brincadeira entre ele e o seu superior, na qual o arqueólogo disse: “Primeiro encontrámos o forno, agora encontramos a piza”.
A par com esta pintura, foi encontrado, noutra casa, um outro fresco, desta vez representativo de um episódio do mito de Aquiles, “onde o soldado se vestiu como mulher para evitar lutar na Guerra de Tróia”, conta a “BBC”. Os especialistas reveleram ainda a descoberta de um santuário e uma cama queimada.
Apesar da ânsia e da excitação que sentem durante o processo de descoberta de novos artefactos e estruturas, a verdade é que, de vez em quando, os especialistas recebem um “choque de realidade” do que foi realmente a tragédia de Pompeia, quando encontram os esqueletos das vítimas que nunca chegaram a deixar a cidade.
Segundo a “BBC”, foram encontrados, até à data, mais de mil esqueletos. Nas últimas explorações, foram encontradas estruturas ósseas de duas mulheres e uma criança.
“Estamos sempre à espera de uma surpresa. Tudo representa uma evidência, que nos vai levar a algum lugar, mas não sabemos até onde irá esta jornada”, partilhou o diretor do Parque Arqueológico de Pompeia, Gabriel Zuchtriegel.