As cidades mais populosas da China brilham com os arranha-céus financeiros e as torres residenciais, mas a carga do desenvolvimento está a ser, literalmente, demasiado pesada para várias cidades, contribuindo para o abatimento do solo.
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Apesar de estar a afundar-se cerca de sete centímetros por ano, Xangai continua a autorizar a construção de arranha-céus que desafiam os limites da física. Uma das principais atrações da cidade é mesmo a "Shanghai Tower", o edifício mais alto da China.
De acordo com um relatório do Instituto de Pesquisa Geológica de Xangai, o peso de um arranha-céus é responsável por 30% da subsidência do solo. As estruturas, principalmente as mais altas, estão abaixo do nível do mar, devido ao aluimento de terras causado também pela extração excessiva de recursos hídricos do subsolo. Deste modo, o risco de uma inundação torna-se muito maior.
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Jiang Li, professor de Engenharia Civil na Universidade de Baltimore, alerta para as consequências que isto pode ter caso haja uma catástrofe natural. "Se há um grande desastre, como um furacão, tsunami ou tempestade, os danos vão ser sérios".
Xangai, como maior parte do território chinês, está situada numa planície de terra mole e instável. Estima-se que a cidade tenha afundado cerca de 2,6 metros desde 1921.
"A densidade de construção é alta e a maioria dos prédios estão sob solo macio. O peso das torres pressiona a terra", explica Jimmy Jiao, professor de Ciências da Terra da Universidade de Hong Kong."Neste momento, a construção já foi tanta que as cidades estão sem esperança", conclui.
Na China existem 1014 arranha-céus acima dos 150 metros, 302 com mais de 200 metros e 26 a ultrapassar os 300 metros. A Shanghai Tower é o edifício mais alto da China e o segundo maior do mundo. O arranha-céus foi construído entre 2008 e 2015, mede 632 metros e tem 128 andares.