O ministro da Defesa da Venezuela disse, esta quarta-feira, que "as armas estão prontas" para defender o país e o presidente Nicolás Maduro, cuja legitimidade é contestada pela Assembleia Nacional venezuelana e por vários países, nomeadamente os Estados Unidos.
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"As armas estão prontas para defender o país e está também o espírito libertário, bolivariano, chavista das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) para executar com força, eficácia e com mística e com espírito militar a tarefa constitucional que nos confere", afirmou Vladimir Padrino, numa cerimónia com militares que também contou com a presença de Nicolás Maduro.
Junto a Maduro, o ministro da Defesa reiterou a sua lealdade, frisando que todos os militares reconhecem o líder do regime chavista como o único presidente e o único comandante chefe das Forças Armadas.
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"Estamos prontos para defender o presidente Nicolás Maduro, (...) defender tudo o que representa a institucionalidade à luz das nossas leis, do nosso povo e da sua vontade", continuou.
A crise política na Venezuela agravou-se a 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, o opositor Juan Guaidó, se autoproclamou presidente da República interino e declarou que assumiria os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Guaidó contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres. Também anunciou uma amnistia aos militares e funcionários públicos que "colaborarem com a restituição da democracia".
Nicolás Maduro, de 56 anos, chefe de Estado desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento, no qual a oposição tem maioria, como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos EUA.
Na mesma intervenção, Vladimir Padrino reafirmou que o alto comando militar rejeita manobras golpistas e de traição, declaração que foi interpretada como uma resposta à proposta de Guaidó de amnistiar os funcionários e militares que desobedecessem a Maduro.
Durante a mesma cerimónia, o comandante estratégico operacional das FANB, Remigio Ceballos, denunciou movimentações suspeitas a partir da Colômbia e de outros países, momentos depois de Maduro ter acusado militares que desertaram de se terem tornado "mercenários" e de estarem a conspirar contra a Venezuela a partir do território colombiano com o objetivo de dividir o exército venezuelano.