O famoso narcotraficante Joaquín "El Chapo" torturou e assassinou com as próprias mãos os seus principais rivais. O relato chocante foi feito num tribunal de Nova Iorque pelo seu antigo guarda-costas.
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Num dos mais horríveis testemunhos até ao momento, Isaís Valdez Rios descreveu ter visto "El Chapo" a bater brutalmente em pelo menos três homens antes de os abater a tiro. É um relato impressionante que não deixou indiferente quem o ouviu.
Joaquín Guzmán, de 61 anos, enfrenta várias acusações, incluindo tráfico de droga e lavagem de dinheiro, arriscando uma condenação de prisão perpétua. O antigo chefe do cartel Sinaloa foi detido em 2016 depois de ter fugido da cadeia, no México, através de um túnel. Foi descoberto quatro meses depois e extraditado para os EUA.
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Tortura e morte: o modus operandi contra os traidores
"El Chapo" permaneceu impávido e sereno ao ouvir o testemunho feito pelo seu antigo guarda-costas num tribunal de Nova Iorque, na quinta-feira. O julgamento, que arrancou em novembro de 2018, poderá estender-se até maio.
Segundo a BBC, o antigo guarda-costas do famoso narcotraficante explicou que duas pessoas, que originalmente pertenciam ao gangue Sinaloa e que depois se juntaram aos rivais Los Zetas, foram cercadas por homens armados próximos de Guzmán.
Perante o juiz, a testemunha disse que durante mais de três horas o narcotraficante agrediu-os brutalmente. "Pareciam bonecos de pano. Ficaram com os ossos totalmente partidos. Eles não se conseguiam mexer e, ainda assim, ele continuou com as agressões", explicou Isaís.
Os dois homens foram depois levados para um local onde apenas podiam ver uma fogueira. Nesse mesmo sítio foram assassinados com tiros na cabeça pelo líder dos Sinaloa, que ordenou aos seus capangas para queimarem os corpos dos dois homens na fogueira.
Num outro caso, em que "El Chapo" terá assassinado outra pessoa, a vítima pertencia ao cartel rival Arellano Felix.
"Tinha queimaduras provocadas por um ferro e até a camisola estava colada à pele", contou a testemunha. O homem foi depois trancado durante dias sem ver a luz do sol. Quando finalmente foi libertado foi interrogado por Guzmán, que o atingiu a tiro com a própria arma. Ainda vivo, foi atirado para um buraco e enterrado vivo.
Isaís, de 39 anos, trabalhou com "El Chapo" até ser preso em 2014. Arrisca uma pena de prisão que pode ir dos dez anos até à cadeia perpétua. Ao colaborar com a justiça, espera ver a pena reduzida.