Overdoses por consumo de droga nos Estados Unidos são cada vez mais e mais fatais. O uso de fentanil, aprovado pelas autoridades de saúde do país, fez disparar o número de mortes nos últimos anos depois de ter entrado nos circuitos ilegais.
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O fentanil emergiu como uma força devastadora na crise dos opióides nos Estados Unidos. É uma droga sintética até 50 vezes mais potente do que a heroína e 100 vezes mais forte do que a morfina, cuja utilização, tanto através de prescrições farmacêuticas como de canais ilícitos, tem consequências colossais. O opiácio constitui atualmente parte significativa das mortes por overdose no país: de acordo com a BBC, as overdoses de drogas mataram, pela primeira vez num único ano (2021), mais de 100 mil pessoas nos EUA, sendo que, dessas mortes, mais de 66% estiveram ligadas ao uso de fentanil. Em 2010, a percentagem era 10% de um total de 40 mil mortes.
Um estudo da Universidade da Califórnia, publicado na semana passada, analisou as tendências nas mortes por overdose no país no espaço temporal entre os dois anos e concluiu que, a partir de 2015, foi observado um aumento das fatalidades relacionadas com o fentanil e que, desde então, a droga se espalhou pelos EUA, fazendo disparar as taxas de mortalidade. “O aumento do fentanil fabricado ilicitamente deu início a uma crise de overdose nos Estados Unidos de magnitude sem precedentes”, escreveram os autores do estudo.