A vitória, renhida, de Lula da Silva nas presidenciais do Brasil, suscitou diferentes reações entre os partidos portugueses. O Chega mostrou tristeza pelos brasileiros escolherem "um candidato corrupto", mas apelou a Bolsonaro a aceitar a derrota, já o PCP, BE e Livre defendem que a vitória do Partido dos Trabalhadores é um bom sinal na luta contra o fascismo.
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Líder do Chega manifesta tristeza mas pede que se evite violência
O líder do Chega, André Ventura, apelou esta segunda-feira a Jair Bolsonaro, candidato derrotado das eleições presidenciais brasileiras, que aceite a vitória de Lula da Silva, considerando que "é importante saber ganhar mas é também importante saber perder".
"Queria apelar para que o presidente Jair Bolsonaro reconheça os resultados eleitorais, para que o Brasil possa ser pacificado e para que se evitem atos de violência física e atos de violência contra a ordem constitucional", afirmou, numa conferência de imprensa na sede nacional do Chega, em Lisboa.
André Ventura apontou que já enviou uma "mensagem pessoal" a Bolsonaro na qual agradeceu "o esforço e a luta que foi feita em prol do Brasil, na muralha que foi criada para evitar que a corrupção voltasse".
"Só há um caminho, aceitar os resultados democráticos, lutar pela ordem constitucional e, eventualmente, voltar a lutar nas urnas para que justiça seja resposta", defendeu.
Líder do PSD felicita Lula da Silva e deseja nova etapa de paz social no país
O líder do PSD felicitou o povo brasileiro e Lula da Silva pela sua vitória nas eleições presidenciais e expressou o desejo de que o Brasil inicie uma nova etapa de desenvolvimento e paz social.
"Saúdo todo o povo brasileiro e o Presidente eleito, Lula da Silva, expressando o nosso profundo desejo de que a partir de hoje o país inicie uma nova etapa de desenvolvimento, conciliação e paz social", escreveu Luís Montenegro, em nome do PSD, na sua conta na rede social Twitter.
Vitória de Lula é "importante revés" para crescimento da extrema-direita
O PCP saudou hoje a eleição de Lula da Silva como Presidente do Brasil e considerou que a vitória sobre Jair Bolsonaro é um "importante revés para o crescimento da extrema-direita e do fascismo".
Em comunicado, a direção comunista "saúda a eleição de Lula da Silva como Presidente do Brasil e sublinha a grande importância e significado político da derrota do candidato da extrema-direita", Jair Bolsonaro.
"É uma vitória que significa um importante revés para o crescimento da extrema-direita e do fascismo, nomeadamente nos Estado Unidos da América e na Europa, e que aponta para a recuperação do papel positivo do Brasil nas relações internacionais", sustenta o PCP.
BE destaca resultado importante para "paz mundial" e "desafio imenso" de Lula
A deputada do BE Joana Mortágua considerou o resultado das eleições no Brasil "uma vitória da democracia" importante "para a paz mundial", sublinhando o "desafio imenso" que terá Lula da Silva e o "silêncio preocupante" de Jair Bolsonaro.
"Esta vitória de Lula da Silva é uma vitória da democracia. Não apenas no Brasil, mas no mundo, aqueles que apoiaram Trump, aqueles que seguem a linha de Trump, todos os que representam estas correntes 'trumpistas' de extrema-direita têm vindo a ser derrotados", afirmou Joana Mortágua.
Livre congratula-se com vitória de Lula e união para derrotar bolsonarismo
O partido Livre congratulou-se com a vitória de Lula da Silva e com a unidade dos democratas deste país para derrotar o "bolsonarismo autoritário".
"Nesta eleição, os democratas brasileiros souberam unir-se para derrotar o bolsonarismo autoritário, mas os próximos anos serão cheios de desafios", refere em comunicado o Livre, partido representado na Assembleia da República pelo deputado Rui Tavares.
Para o Livre, o primeiro grande desafio de Lula da Silva como Presidente eleito do Brasil "é o da reunificação, travando a violência e fomentando a paz social que ofereça ao país a estabilidade necessária para o seu desenvolvimento, como no combate à pobreza e aos ataques ambientais".