Desde assassinatos a sabotagens e ciberataques, Israel tem sido responsabilizado ou tem reivindicado uma série de ataques contra o Irão. Na mira do país está a elite dos Guardas da Revolução Islâmica do Irão e o programa nuclear de Teerão.
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Alvos militares
Em 26 de outubro de 2024, Israel bombardeou alvos militares no Irão, matando quatro militares, em represália à barragem de cerca de 200 mísseis lançada pela República Islâmica contra Israel em 1 de outubro.
Guarda Revolucionária
Israel tem sido acusado de ter como alvo membros de topo da Guarda Revolucionária do Irão, principalmente em tentativas fora das fronteiras do país.
Antes dos ataques de sexta-feira, as últimas vítimas tinham um general morto em 27 de setembro de 2024, ao lado do chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, num ataque israelita nos subúrbios de Beirute.
Um ataque aéreo atribuído a Israel contra o edifício do anexo consular do Irão em Damasco, em 1 de abril de 2024, matou, segundo Teerão, sete membros da Guarda Revolucionária, incluindo dois de alta patente. Estas mortes vêm juntar-se a uma longa lista.
Em dezembro de 2023, um comandante morreu na Síria num ataque atribuído a Israel, um ano depois de um coronel ter sido morto, também na Síria.
Em maio de 2022, Sayyad Khodaei, membro da Força Quds, a unidade responsável pelas operações dos Guardas no estrangeiro, foi morto a tiro por dois motociclistas quando regressava a casa em Teerão. Segundo o "The New York Times", Israel declarou aos Estados Unidos que era o responsável pelo atentado.
O general Hassan Moghadam, responsável pelos programas de armamento, foi morto numa explosão num depósito de munições, em novembro de 2011, perto de Teerão, numa operação atribuída aos Estados Unidos e a Israel.
Programa nuclear do Irão
Israel foi também acusado de ter assassinado vários físicos iranianos de alto nível, muitas vezes ligados ao programa nuclear de Teerão.
Entre eles contam-se o físico nuclear Mohsen Fakhrizadeh, morto em novembro de 2020 e apresentado após a sua morte como vice-ministro da Defesa.
O cientista Mostafa Ahmadi Roshan, que trabalhava na central nuclear de Natanz, e Majid Shahriari, o fundador da sociedade nuclear iraniana, bem como o professor de física de partículas Massoud Ali Mohammadi foram outros dos mortos ao longo dos anos.
Israel foi igualmente acusado de sabotar instalações nucleares iranianas, sobretudo o complexo de Natanz, a sul de Teerão, que também foi atingido pelos ataques de sexta-feira.
Em 11 de abril de 2021, o local sofreu uma pequena explosão, segundo a agência iraniana de energia atómica.
Segundo o "The New York Times", Israel participou na “forte explosão” que aparentemente destruiu o sistema elétrico interno que abastecia as centrifugadoras de enriquecimento de urânio.
Outro "acidente" atingiu Natanz em julho de 2020, o que a agência iraniana de energia atómica designou por sabotagem.
Em setembro de 2010, um ataque informático com o vírus Stuxnet destruiu as centrifugadoras de enriquecimento de urânio em Natanz. O Irão acusou Israel e os Estados Unidos.
Aliados do Irão
Os aliados do Irão também descobriram que Teerão nem sempre é um abrigo seguro.
O chefe político do Hamas, Ismail Haniyeh, foi morto a 31 de julho de 2024, na capital do Irão, num atentado atribuído a Israel. Encontrava-se em Teerão para assistir à cerimónia de tomada de posse do novo presidente do Irão, Masoud Pezeshkian.
Gasolina iraniana
Em março de 2021, o "The Wall Street Journal", citando funcionários dos EUA e do Médio Oriente, informou que Israel tinha, em 2019, visado pelo menos uma dúzia de navios que viajavam para a Síria e, na maioria dos casos, transportavam gasolina iraniana.
O relatório dizia que Israel tinha implantado minas subaquáticas no ataque. Até 2021, Israel e o Irão acusaram-se mutuamente de sabotagens navais.