Assassino em série que foi ligado ao caso O. J. Simpson executado na Florida

Glen Rogers foi executado às 18.16 horas locais (23.16 horas em Portugal continental) na Penitenciária Estadual da Flórida em Raiford pelo homicídio de Tina Marie Cribbs em novembro de 1995.

De acordo com o jornal local "Tampa Bay Times", nas suas últimas palavras, nas quais se referiu-se enigmaticamente à forma como as perguntas das famílias das suas vítimas seriam respondidas "num futuro próximo". Rogers também se dirigiu ao presidente dos EUA, Donald Trump. "Continuem a tornar a América grande", afirmou. "Estou pronto para ir." Segundo o jornal britânico "The Guardian", agradeceu ainda à mulher, que o visitou na prisão naquele dia, de acordo com o procedimento de registo de visitantes.

Rogers foi condenado na Florida pelo homicídio de Tina Marie Cribbs, em 1995, uma mulher de 34 anos, mãe de dois filhos, que conheceu num bar. A mulher foi esfaqueada até à morte e o seu corpo foi encontrado na banheira de um hotel. Rogers foi apanhado depois de uma perseguição na autoestrada Kentucky enquanto conduzia o carro de Cribbs logo após a sua morte.

O homem foi também condenado pelo homicídio de Sandra Gallagher, de 33 anos, na Califórnia, semanas antes do homicídio de Cribbs. A mulher, que foi estrangulada, era mãe de três filhos e conheceu o assassino num bar em Van Nuys.

Rogers foi apontado como suspeito, mas nunca foi condenado por vários outros homicídios em todo o país. Certa vez, disse à polícia que tinha morto cerca de 70 pessoas. Mais tarde, retratou a declaração, mas foi tema de documentários, incluindo um de 2012 chamado "My Brother the Serial Killer", que apresentava o seu irmão Clay e um criador de perfis criminais que se tinha correspondido bastante com Rogers. 

O documentário levantou questões sobre se Rogers poderia ter sido responsável pelas mortes à facada em 1994 da ex-mulher de O. J. Simpson, Nicole Brown Simpson, e do seu amigo Ron Goldman. Durante um julgamento de homicídio em 1995 que atraiu intensa atenção dos meios de comunicação social, a antiga estrela do futebol foi absolvida de todas as acusações. A polícia e os procuradores de Los Angeles disseram, mais tarde, após o lançamento do documentário, que não acreditavam que Rogers tivesse qualquer envolvimento nos homicídios de Simpson e Goldman.

O. J. Simpson sempre alegou inocência, mas mais tarde foi considerado responsável pelas mortes num processo civil separado e cumpriu nove anos de prisão por acusações não relacionadas. Simpson, de 76 anos, morreu em abril de 2024, depois de lutar contra o cancro.

Já ocorreram 16 execuções nos EUA este ano: 12 por injeção letal; dois por pelotão de fuzilamento; e dois com azoto.

Rogers tornou-se o quinto detido executado na Flórida este ano. Até 1 de maio, 15 pessoas foram executadas este ano nos EUA em oito estados, de acordo com o site do Centro de Informação sobre a Pena de Morte. Assim, já ocorreram 16 execuções nos EUA este ano: 12 por injeção letal; duas por pelotão de fuzilamento; e duas com azoto. No ano passado, foram executadas 25 pessoas. 

A Florida utiliza um cocktail de três medicamentos na injeção letal: um sedativo, um paralisante e um medicamento que pára o coração.

Anthony Wainwright é o próximo recluso da Florida com execução prevista, a 10 de junho, sob um mandado de morte assinado pelo governador republicano, Ron DeSantis. Wainwright, de 54 anos, foi condenado por raptar uma mulher no parque de estacionamento de um supermercado em Lake City, violá-la e matá-la em 1994.

A pena de morte foi abolida em 23 dos 50 estados norte-americanos, enquanto outros três, Califórnia, Oregon e Pensilvânia, têm moratórias em vigor. Trump é um defensor da pena de morte e, no seu primeiro dia de mandato, apelou a uma expansão do seu uso "para os crimes mais vis".