Assistente de eurodeputado detida em Itália em caso de investigação sobre a Huawei
Uma assistente de um eurodeputado vinculado à investigação por subornos no Parlamento Europeu e que envolve a gigante tecnológica chinesa Huawei foi detida, em Itália, a pedido das autoridades belgas, apontaram fontes da polícia italiana esta sexta-feira.
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Lucia Simeone, assistente do eurodeputado europeu Fulvio Martusciello, foi presa em Caserta, perto de Nápoles, na noite de quarta-feira, depois de um controlo rotineiro de tráfego, disseram às fontes à AFP.
Martusciello é eurodeputado pelo partido conservador Forza Italia e em Bruxelas integra o bloco do Partido Popular Europeu (PPE, direita).
Simeone, de 47 anos, era alvo de uma ordem europeia de prisão emitida pelas autoridades belgas após várias buscas realizadas como parte da investigação que sacudiu o Parlamento Europeu há uma semana. O pedido de prisão menciona acusações de corrupção, lavagem de dinheiro e associação ilícita, segundo a polícia.
A mesma fonte acrescentou que a polícia italiana não possuía mais detalhes, mas em virtude do alcance da ordem acreditavam que a prisão estava relacionada com a investigação sobre a Huawei.
O gabinete do procurador federal em Bruxelas recusou-se a fazer comentários ou identificar os suspeitos.
Na terça-feira, o Ministério Público belga anunciou que cinco pessoas foram indiciadas nessa investigação. Um escritório utilizado pela equipa de Martusciello tinha sido selado por agentes da polícia na capital belga.
Na semana passada, o Parlamento Europeu foi abalado por um escândalo ante suspeitas de subornos. O Ministério Público anunciou que os casos de corrupção sob investigação "teriam beneficiado a Huawei". Segundo o Ministério Público belga, os factos de corrupção aconteceram de forma regular "e muito discretamente desde 2021 até hoje, sob a aparência de loóbi comercial". Todos esses factos tinham "o objetivo de promover interesses comerciais puramente privados", apontou o Ministério Público.
O português Nuno Wahnon Martins também foi detido pelo Ministério Público belga por suspeita de um esquema de corrupção no Parlamento Europeu. Segundo a SIC Notícias, o consultor luso foi assessor de um eurodeputado italiano e está inscrito no registo de transparência do Parlamento Europeu, o que lhe garante acesso às instituições.
Em 2022, o Parlamento Europeu esteve imerso num enorme escândalo por tráfico de influências em benefício do Catar e possivelmente Marrocos, num caso conhecido como "Catargate".