Astronauta da NASA acredita em acusação de Musk de que Biden abandonou equipa retida no Espaço
O astronauta da NASA Butch Wilmore, preso na Estação Espacial Internacional desde junho, disse, na terça-feira, acreditar na alegação de Elon Musk de que o multimilionário propôs um plano de resgate antecipado, mas que acabou por ser rejeitado pelo então presidente norte-americano Joe Biden.
Corpo do artigo
Wilmore e a astronauta Suni Williams iam originalmente fazer uma missão de oito dias, mas o seu regresso foi complicado quando a nave espacial Boeing Starliner que estavam a testar foi considerada insegura para a viagem de regresso.
A sua estadia prolongada tornou-se recentemente um ponto de discórdia, com Musk e o presidente Donald Trump a acusarem a administração Biden de abandonar a dupla para evitar que Musk parecesse um salvador.
"Só posso dizer que o que Musk diz é absolutamente factual", disse Wilmore, um antigo piloto de testes da Marinha. "Acredito nele", continuou, acrescentando que não estava a par dos detalhes do drama.
Musk entrou recentemente em conflito na internet com o astronauta dinamarquês Andreas Mogensen, que o acusou de mentir numa entrevista à "Fox News" quando afirmou que os astronautas foram abandonados por "razões políticas". Mogensen salientou que, como o Boeing Starliner foi considerado inseguro para regresso com pessoas a bordo, a NASA planeou durante meses trazer Wilmore e Williams de volta na missão SpaceX Crew-9, que chegou à Estação Espacial Internacional em setembro com dois lugares extra. Nenhum plano alternativo foi discutido publicamente e o regresso da Crew-9 foi adiado pela própria SpaceX devido a contratempos na preparação da nave Dragon para a Crew-10, agora com lançamento previsto para 12 de março.
Em 2023, Frank Rubio tornou-se o primeiro astronauta da NASA a passar mais de um ano no espaço depois de um meteoroide ter danificado a nave espacial russa Soyuz em que viajou. Da mesma forma, após o desastre da Columbia em 2003, quando um vaivém se desintegrou durante a reentrada, a NASA suspendeu os voos durante dois anos, obrigando os astronautas a depender da Soyuz e a prolongar as suas missões.
A resposta de Musk a Mogensen incluiu uma crítica às pessoas com deficiência intelectual, provocando reações negativas por parte da comunidade espacial. Os ex-astronautas da NASA Scott e Mark Kelly defenderam Mogensen e criticaram o fundador da SpaceX. "Obviamente, ouvimos algumas destas coisas diferentes que foram ditas", comentou Wilmore. "Temos o maior respeito por Musk, e obviamente respeito e admiração pelo nosso presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Apreciamo-los e estamos gratos por estarem nas posições em que estão".
Os comentários de Wilmore foram feitos poucos dias depois de a administradora interina da NASA, Janet Petro, ter causado espanto ao declarar que a agência pretendia colocar "a América em primeiro lugar", ecoando o slogan político de Trump. "Colocaremos a América em primeiro lugar, deixaremos a América orgulhosa, faremos isto pelos cidadãos americanos", disse, antes de um módulo lunar privado aterrar no domingo, uma mudança notável em relação à posição de longa data da NASA de que as suas conquistas espaciais eram "para toda a humanidade".