As autoridades egípcias atualizaram o balanço do ataque desta sexta-feira a um autocarro que transportava cristãos coptas para 28 mortos, entre os quais numerosas crianças.
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O Ministério da Saúde, que antes tinha dado conta de 23 mortos, divulgou a existência de 28 vítimas mortais no ataque na província de Minya, citado pela televisão estatal.
O autocarro que se deslocava para o mosteiro copta de São Samuel, naquela província a sul do Cairo, foi atacado por homens armados e encapuzados que se deslocavam em três carinhas e que depois fugiram, segundo o Ministério do Interior egípcio.
O governador da província de Minya, Essam el-Bedawi, disse que os homens encapuzados utilizaram "armas automáticas".
O ataque ainda não foi reivindicado, mas ocorreu um mês e meio depois de atentados contra duas igrejas coptas, que causaram 45 mortos e foram reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
Os coptas são a comunidade cristã mais importante e uma das mais antigas do Médio Oriente, representando entre 10 e 12% dos 90 milhões de egípcios.
A Igreja copta apelou a que sejam tomadas "medidas para prevenir estes incidentes que mancham a imagem do Egito".
O ataque, na véspera do início do mês de jejum muçulmano, Ramadão, foi condenado pela destacada instituição do islão sunita sediada no Cairo Al-Azhar. O grande imã Ahmed Al-Tayeb qualificou-o de "inaceitável" e afirmou que ele visava desestabilizar o Egito.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, apresentou as suas condolências ao povo egípcio pelo "terrível atentado", enquanto o presidente russo, Vladimir Putin, disse tratar-se de "um novo testemunho da barbárie e da crueldade do terrorismo".
Para o chefe da diplomacia francesa, Jean-Yves Le Drian: "Ninguém deve temer pela sua vida por praticar a sua fé".
O ataque foi igualmente condenado pelo movimento xiita libanês Hezbollah, que o considerou "um novo crime a juntar ao registo criminal de um gangue de assassinos", e pelo movimento radical palestiniano Hamas, que disse tratar-se de um "crime horrível" que apenas beneficia "os inimigos do Egito".
Os cristãos coptas são cerca de 10% da população do Egito e são frequentemente alvo de ataques por parte dos extremistas islâmicos.