O ataque contra um centro comercial em Nairobi, já reivindicado por um grupo radical islâmico, causou 39 mortos e 150 feridos, comunicou o Presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta.De momento, não se sabe se há portugueses entre as vítimas do ataque.
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Numa mensagem à nação, transmitida na televisão, o chefe de Estado sublinhou que o Quénia "sobreviveu a ataques terroristas anteriores", fora e dentro de fronteiras. "Combatemo-los e vencemo-los, voltaremos a vencê-los", assegurou.
Uhuru Kenyatta partilhou ainda ter perdido "membros da família" no ataque, reivindicado pela milícia radical islâmica da Somália Al-Shabab, através de uma conta de Twitter, entretanto encerrada.
Homens armados atacaram ao início da tarde o centro comercial "Westgate", onde permanecem com um número indeterminado de reféns. "As forças de segurança estão a realizar uma resposta multilateral a este ataque", disse o Presidente, explicando que o objetivo principal é neutralizar os atacantes e salvaguardar a vida das pessoas que ainda estão nas suas mãos.
Uhuru Kenyatta prometeu castigar os autores e garantiu que o governo "está preparado para defender a nação de uma agressão interna e externa", apelando para que os quenianos se mantenham unidos.
Dado que o centro comercial é muito concorrido aos fins de semana, sobretudo por expatriados e quenianos endinheirados, estima-se que o número de vítimas venha a aumentar e que, entre elas, estejam cidadãos estrangeiros.
Pelo menos dois franceses morreram no ataque ao centro comercial e o Presidente francês, François Hollande, já condenou o "ignóbil ataque".
Os Estados Unidos já confirmaram igualmente que há cidadãos norte-americanos entre os feridos. "Os autores desse ato odioso devem ser levados à justiça e já oferecemos total apoio ao governo queniano para que isso aconteça", referiu, em comunicado, a porta-voz do Conselho Nacional de Segurança, Caitlin Hayden.
O chefe da diplomacia britânica, William Hague, confessou que não tem "nenhuma dúvida" de que cidadãos britânicos farão parte das vítimas do ataque "brutal", mas disse que ainda não dispõe de "detalhes suficientemente precisos".
Contactado pela Lusa, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas disse que, até ao momento, desconhece que haja portugueses entre as vítimas do ataque.
Um cidadão português a viver em Nairobi e que trabalha para as Nações Unidas disse à Lusa não ter tido qualquer contacto com a Secretaria de Estado das Comunidades e adiantou que o cônsul honorário que representa Portugal em Nairobi não se encontra atualmente na capital queniana.