O ministro da Energia ucraniano, Germán Galushchenko, revelou esta sexta-feira que um ataque russo afetou as linhas de energia que ligam a central nuclear de Zaporíjia, localizada em território ocupado no sul da Ucrânia, à rede elétrica.
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A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) confirmou que a maior central nuclear europeia ficou fora de funcionamento, às 17.36 horas locais (15.36 horas em Portugal continental), o que aconteceu pela nona vez desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, e pela primeira vez no último ano e meio.
A central nuclear de Zaporijia, ocupada pelas tropas russas desde 2022, recuperou a energia externa ao fim de três horas e meia, embora a situação no local continue "extremamente delicada", frisou o diretor da AIEA, Rafael Grossi.
A situação foi avançada pelo ministro da Energia ucraniano. "Um ataque inimigo provocou um apagão na central nuclear de Zaporijia", escreveu na rede social Facebook. Desde o início da invasão em grande escala, “a central já sofreu apagões totais oito vezes e esteve repetidamente à beira da extinção”, alertou Galushchenko, destacando que “este é mais um ato de terror nuclear por parte dos russos".
Embora os seis reatores da central estejam desligados, os seus sistemas de arrefecimento e segurança ainda requerem uma fonte de energia estável para arrefecimento e outras tarefas essenciais.
A AIEA, que mantém uma missão permanente em Zaporíjia desde setembro de 2022 e envia equipas para outras centrais ativas, desempenha um papel fundamental na monitorização e na proteção das instalações nucleares ucranianas desde o início da invasão russa.
No caso de Zaporíjia, Grossi tem exigido repetidamente uma zona desmilitarizada nas imediações da central localizada numa região ocupada pela Rússia, para evitar qualquer tipo de incidente nuclear, mas a sua proposta não foi atendida.