Pelo menos catorze civis morreram, este sábado, na Síria, na sequência de combates aéreos da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos contra o último reduto do grupo extremista Estado Islâmico.
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"Catorze civis, dos quais cinco crianças, foram mortas na sequência dos raides da coligação sobre as localidades de Hajine, Soussa e Al-Chaafa", situadas na área do último reduto do Estado Islâmico (EI), na província de Deir Ezzor (no leste da Síria), disse à agência AFP Rami Abdel Rahmane, diretor do Observatório Sírio dos Direitos do Homem (OSDH).
Isto no dia em que as Nações Unidas e a Cruz Vermelha começaram a entregar ajuda humanitária a cerca de 50 mil deslocados num campo da Síria, perto da fronteira com a Jordânia.
Trata-se da primeira ajuda entregue desde janeiro, no campo de Rokbane, no sudeste da Síria, disseram as duas organizações.
A operação de distribuição deverá prolongar-se por três a quatro dias, acrescentaram.
Desde outubro, já morreram duas crianças - um bebé de cinco dias e um de quatro meses - naquele campo, devido a falta de cuidados, segundo a Unicef.
Este é o primeiro comboio de ajuda humanitária da Cruz Vermelha síria a deslocar-se ao campo de Rokbane "depois da obtenção de garantia de segurança de todas as partes" envolvidas no conflito, salienta o presidente da organização, Khaled Hboubati.
Na sexta-feira pelo menos oito pessoas, cinco das quais civis, foram mortas em ataques de artilharia do regime sírio contra a província de Idlib, apesar de um acordo para a criação de uma "zona desmilitarizada", indicou uma organização não-governamental.
A "zona desmilitarizada" para separar os territórios dos insurgentes em Idlib das regiões sob controlo do regime resulta de um acordo entre a Rússia, aliada de Bashar al-Assad, e a Turquia, apoiante de rebeldes, assinado a 17 de setembro e que deveria ter entrado em vigor em meados de outubro.
Mas algumas das condições do acordo não foram respeitadas no terreno e têm ocorrido confrontos entre as forças governamentais e os rebeldes ou os jiadistas. A violência registada na sexta-feira está entre as mais mortíferas das últimas semanas.
Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), os tiros de artilharia do regime atingiram um setor no sudeste de Idlib, nomeadamente a localidade de Jarjanaz, que faria parte da zona desmilitarizada.