O ministro da Saúde de Moçambique, Alexandre Manguele, disse, esta segunda-feira, em Maputo, que as autoridades sanitárias moçambicanas estão a seguir dezenas de pessoas que chegaram ao país provenientes da África ocidental, para controlar eventuais casos de ébola.
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Alexandre Manguele apontou as medidas que o Ministério da Saúde de Moçambique está a implementar face ao risco de Ébola, quando falava num seminário sobre a epidemia, na capital moçambicana.
"Já recebemos no país algumas pessoas que viajaram partindo dessas zonas afetadas. Mais de duas dezenas já desembarcaram no nosso Aeroporto Internacional. Os nossos colegas fizeram entrevistas a essas pessoas, foram identificados os seus locais de residência e temos o seu contacto", disse o ministro moçambicano da Saúde.
"Foram dadas informações dos sinais e sintomas e da necessidade de nos comunicarem ao primeiro momento se algo de anormal acontecer. Vamos fazer o seguimento desses cidadãos por pelo menos 21 dias, para nos assegurarmos de que nada acontece", declarou o ministro moçambicano da Saúde.
Falando no seminário, o diretor nacional de Saúde Pública de Moçambique, Francisco Mbofana, considerou Moçambique um país de baixo risco de infeção, referindo, contudo, que essa condição não deve levar à minimização da ameaça.
Segundo Mbofana, as autoridades moçambicanas conceberam o Plano de Prontidão e Resposta, colocando postos de vigilância epidemiológica nos pontos de entrada no país, condições de isolamento de pessoas suspeitas de estarem infetadas e disponibilização de equipamento de proteção para profissionais de saúde.
"As medidas que estamos a tomar não são isoladas, estão em conformidade com as recomendações feitas pela Organização Mundial da Saúde (OMS)", enfatizou o diretor nacional da Saúde Pública.
Em cinco meses, a epidemia de Ébola na África ocidental, a pior desde a descoberta da doença em 1976, causou 1145 mortes, de acordo com o último relatório da Organização Mundial de Saúde de 13 de agosto: 380 na Guiné Conacri, 413 na Libéria, 348 na Serra Leoa e quatro na Nigéria.