O centro alemão de luta contra o terrorismo estava a investigar, desde novembro, suspeitas de preparação de um ataque terrorista no país.
Corpo do artigo
Não se confirma, no entanto, se o suspeito que estava a ser investigado desde há dois meses pelas autoridades é o mesmo que está, agora, a ser procurado pela polícia, na sequência do ataque que vitimou mortalmente 12 pessoas, esta segunda-feira, num mercado de Natal de Berlim.
"A polícia judiciária da Renânia do Norte-Vestefália abriu um inquérito junto da Procuradoria Federal Alemã (que tem a competência em matéria de terrorismo) em função de suspeitas sobre a preparação de um ato criminoso grave representando um perigo para o Estado", declarou, de acordo com a agência France-Presse, Ralf Jäger, ministro do Interior daquela região alemã, onde o suspeito do atentado de segunda-feira, Anis Amri, residiu este ano.
5561494
"Há um novo suspeito que procuramos", declarou à imprensa em Berlim Thomas de Maizière, o ministro do Interior do país, adiantando que ele "é um suspeito, mas não necessariamente o atacante".
5564497
Maizière disse ainda ter sido emitido à meia-noite um aviso de busca "para a Alemanha, mas também para o espaço Schengen, ou seja, a Europa".
O governante falava após uma reunião de uma comissão da câmara baixa do parlamento que foi informada do estado da investigação.
Embora o ministro tenha recusado falar sobre a identidade do suspeito, deputados presentes na audição confirmaram que se trata de um tunisino como afirmou a imprensa alemã.
"Trata-se de um tunisino (...) entre os 21 e os 23 anos", indicou o deputado Stephan Meyer, membro da ala direita da família política da chanceler Angela Merkel, precisando que o jovem "tem, obviamente, múltiplas identidades".
Adiantou que é "um indivíduo classificado de perigoso, que os serviços de segurança conheciam e que pertence à cena islamita-salafista".
Segundo a imprensa, a polícia identificou-o através de um documento de identidade encontrado na cabina do camião que matou 12 pessoas e feriu 48 na segunda-feira à noite num mercado de Natal no centro de Berlim.
Segundo Meyer, o homem chegou "à Alemanha através de Itália durante a crise dos refugiados". Neste contexto, entraram na Alemanha cerca de 900.000 migrantes em 2015 e 300.000 em 2016.
"Há, portanto, uma ligação entre a crise dos refugiados e a ameaça terrorista", adiantou o eleito da CSU, aliada de Merkel, mas que a critica há vários meses acerca do acolhimento que a chanceler decidiu dar aos requerentes de asilo.