Do perdão e libertação de mais de um milhar de invasores do Capitólio à retirada do Acordo de Paris, primeiro lote de ordens executivas da era Trump gera atordoamento e espanto.
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Os Estados Unidos e o Mundo despertaram hoje com um rol de ordens executivas, do recém-investido presidente norte-americano, que deixaram oposição interna, organizações e líderes mundiais em sobressalto. Da emissão, já esperada, do perdão para cerca de 1500 envolvidos no violento assalto ao Capitólio, de 6 de janeiro de 2021, à retirada dos EUA do Acordo de Paris e da Organização Mundial da Saúde, o espanto foi-se replicando, enquanto Donald Trump rejubilava com o efeito-choque de um primeiro dia de liderança que anuncia um novo e turbulento ciclo político.
Era já noite em Washington, madrugada de hoje em Portugal, e Trump, instalado na Sala Oval, rodeado de assistentes e diante de jornalistas, assinava, ostensivamente, sucessivos documentos, como a ordem executiva que declara a emergência nacional para permitir o envio de tropas para a fronteira Sul e que corta o direito constitucional de cidadania por nascença para os filhos de não-cidadãos. Decisão contestada mais tarde num dos processos judiciais interpostos, ainda esta terça-feira, junto do Tribunal Federal de Boston, por uma coligação de 18 estados liderados por democratas e organizações de direitos civis, que alegam que o esforço do presidente para acabar com a cidadania por direito de nascença constitui uma violação flagrante da Constituição dos EUA.