Uma família australiana lançou uma campanha para reaver a pega que resgatou há quatro anos, recentemente apreendida pelas autoridades. A amizade improvável entre a ave Molly, como foi apelidada, e a cadela Peggy ficou popular no Instagram. A causa conta, até, com o apoio do primeiro-ministro de Queensland.
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Molly foi resgatada quando ainda era uma cria por um casal de Queensland, na Austrália, e formou um vínculo improvável com a cadela Bull Terrier da família, Peggy.
Num vídeo publicado nas redes sociais, Juliette Wells e Reece Mortensen explicam que tiveram de entregar Molly ao Departamento do Ambiente de Queensland, no início desta semana, após "queixas constantes de um pequeno grupo de pessoas", por estarem a albergar o animal.
"Questionamos por que é que uma pega selvagem não pode decidir por ela própria onde quer viver e com quem quer passar o seu tempo?", escreveu o casal numa publicação online.
O primeiro-ministro de Queensland, Steven Miles, é um dos defensores do regresso da ave à família, contrariando as autoridades estaduais. "Eu acho que, às vezes, o bom senso tem de prevalecer... e se olharmos para esta história, há um melhor desfecho possível", disse esta quinta-feira, citado pela BBC.
Mais de 50 mil pessoas assinaram a petição para reconciliar os animais, que aparecem juntos em vários vídeos ao longo de quatro anos. Um dos assinantes sublinha como prova de parentesco os vídeos de Molly a imitar um cão a ladrar.
O Departamento do Ambiente, Ciência e Inovação do estado de Queensland (Desi, na sigla em Inglês) disse reconhecer o "interesse da comunidade em Molly", mas advertiu que as pegas não são animais domésticos e só devem ser alojadas temporariamente para "reabilitação".
"A pega está, neste momento, ao cuidado do Desi. Infelizmente, ela está altamente habituada ao contacto humano e não é capaz de ser devolvida à natureza”, disse um porta-voz.
O casal garante que continuará a lutar para ficar com Molly, que teria enfrentado a "morte certa" se não tivesse sido acolhida por eles.
As pegas australianas - que podem viver até aos 30 anos - são uma espécie nativa protegida e considerada vital para o ecossistema do país.