"Bactéria carnívora" mata 13 pessoas na Florida. Autoridades culpam furacão Helene
Treze pessoas morreram de infeções raras por bactérias carnívoras na Florida este ano. Aumento de casos está relacionado com a atividade de furacões no estado norte-americano.
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De acordo com as autoridades de saúde da Florida, foram confirmados pelo menos 74 infeções e 13 mortes pela bactéria "Vibrio vulnificus" em 2024, em comparação com 46 casos e 11 óbitos em 2023.
Em causa estão bactérias que "surgem naturalmente na água do mar quente e salobra”, necessitando de sal para viver, de acordo com o departamento de saúde da Florida. O aumento de casos é atribuído ao furacão Helene, que atingiu seis regiões do sudeste dos Estados Unidos, incluindo a Florida, e matou pelo menos 227 pessoas.
“A bactéria Vibrio, normalmente encontrada em águas costeiras quentes, pode causar doenças quando ingerida ou quando as feridas abertas são expostas a água contaminada”, disseram as autoridades, citada pelo jornal britânico "The Guardian". “Depois de fortes chuvas e inundações, a concentração destas bactérias pode aumentar, particularmente em ambientes de água salobra e salgada”.
Os sintomas de uma infeção por esta bactéria podem incluir diarreia aquosa, muitas vezes acompanhada de cólicas estomacais, náuseas, vómitos e febre, arrepios, pressão arterial baixa, lesões cutâneas com bolhas e vermelhidão, inchaço e dor nas feridas.
A infeção pode provocar também a rutura da pele e dos tecidos moles, sendo por isso conhecida como "bactéria carnívora". Para evitar que a infeção se propague, os médicos podem ter de amputar o membro infetado. Porém, pode ser mortal. Por outro lado, alguns especialistas recusam o termo "bactéria carnívora", referindo que não consegue destruir a pele saudável e intacta, mesmo com uma exposição prolongada.
Em todo o país, cerca de 150 a 200 casos de "Vibrio vulnificus" são notificados aos Centros de Controlo de Doenças por ano. Cerca de uma em cada cinco pessoas morre com esta infeção, por vezes dentro de um a dois dias após adoecer.
Este não é o primeiro ano em que o clima provoca um surto desta bactéria na Florida. Em 2022, registaram-se 74 casos e 17 mortes e os condados de Collier e Lee tiveram um “aumento invulgar" de casos devido aos impactos do furacão Ian.