Os bancos de dados são essenciais uma vez que os dispositivos tecnológicos estão dependentes destas estruturas. Apesar da contestação, os "data centers" são cada vez mais comuns na região que abrange a capital francesa.
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Os centros de dados estão a proliferar na região da Ilha de França (que abrange Paris), onde a sua presença "intensiva em energia" suscita contestação.
Estas infraestruturas estão a ser instaladas nesta região porque "precisam de muita energia elétrica, fibras óticas e terrenos longe de zonas de risco natural", explica Cécile Diguet, urbanista do Instituto Regional de Paris.
Atualmente, a Ilha de França tem 124 "data centers".
A Interxion, uma das líderes mundiais no setor, adquiriu a antiga fábrica da Airbus Helicopters em La Courneuve para instalar "o maior data center da França em sete hectares", segundo o seu diretor, Fabrice Coquio. Em setembro, a empresa vai inaugurar o primeiro prédio do megacomplexo, um investimento "de mais de mil milhões de euros".
O aumento do consumo digital, principalmente com o teletrabalho, o desenvolvimento de objetos conectados e inteligência artificial, exigem mais armazenamento e mais espaços como estes.
Estes cofres digitais podem ter efeitos "na saúde", nomeadamente "riscos associados ao armazenamento de óleo combustível" destinado aos geradores em caso de queda de energia, ondas eletromagnéticas ou ruído de aparelhos de ar condicionado, alertam organizações ambientais que contestam a criação destes espaços.
Em 2015, dois residentes da comuna de La Courneuve e a associação ambientalista URBACTION'93 conseguiram a anulação do decreto municipal que autorizava o funcionamento do banco de dados da Interxion numa zona residencial.