Banir agência da ONU para os refugiados vai "colapsar" ajuda humanitária em Gaza
António Guterres juntou-se ao coro global de indignação e alertou que “não há alternativa” à agência da ONU de assistência a mais de dois milhões de palestinianos, que Israel tratou de interditar.
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Várias agências das Nações Unidas manifestaram hoje indignação perante a decisão do Parlamento israelita, que aprovou, esta segunda-feira, duas leis que proíbem a agência da ONU de assistência aos refugiados palestinianos (UNRWA, na sigla em inglês) de exercer “qualquer atividade” dentro de Israel, impedindo o apoio às populações em Gaza, Jerusalém Oriental e na Cisjordânia ocupada. O porta-voz da UNICEF, James Elder, salientou que se a UNRWA não conseguir operar “assistiremos ao colapso do sistema humanitário em Gaza”. De Washington a Londres, vários líderes mostraram “profunda preocupação”, enquanto alguns estados europeus, em posição conjunta, dizem ter-se aberto um precedente “muito sério”.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou que a aplicação por Israel de uma lei que proíbe a UNRWA de operar em Israel terá “consequências devastadoras para os refugiados palestinianos”. “Não há alternativa à UNRWA”, salientou Guterres em comunicado. “A implementação destas leis seria prejudicial para a resolução do conflito israelo-palestiniano e para a paz e segurança na região como um todo. Como disse antes, a UNRWA é indispensável”, acrescentou o líder da ONU.