O governo equatoriano extraditou, domingo, o famoso traficante de droga Adolfo Macias, conhecido como "Fito", para os Estados Unidos, um mês depois de ter sido recapturado após uma fuga em 2024 de uma prisão de segurança máxima.
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O voo que transportava Macias aterrou no estado de Nova Iorque no domingo à noite, de acordo com o site de localização Flightradar.
Em abril, o Ministério Público dos EUA apresentou queixa contra Macias, chefe do cartel "Los Choneros", por suspeita de distribuição de cocaína, conspiração e violações relacionadas com armas de fogo, incluindo contrabando de armas. Uma carta apresentada pelo Departamento de Justiça dos EUA no domingo informava que Macias deveria comparecer num tribunal federal na segunda-feira "para uma acusação complementar neste caso".
No domingo, o barão da droga foi retirado de uma prisão de segurança máxima no sudoeste do Equador "para os fins que correspondem ao processo de extradição", disse a autoridade prisional do Equador, SNAI, numa declaração aos jornalistas.
Macias, um ex-motorista de táxi que se tornou chefe do crime, concordou num tribunal de Quito na semana passada em ser extraditado para os Estados Unidos para enfrentar as acusações.
É o primeiro equatoriano extraditado pelo seu país desde que uma nova medida foi escrita em lei no ano passado, após um referendo no qual o presidente Daniel Noboa pediu a aprovação de medidas para impulsionar a guerra contra gangues criminosos.
Quanto mais cedo melhor
O Equador, outrora um refúgio pacífico entre os dois maiores exportadores de cocaína do mundo, a Colômbia e o Peru, tem visto a violência explodir nos últimos anos, à medida que gangues inimigos com ligações aos cartéis mexicanos e colombianos disputam o controlo do tráfico.
Pouco depois de Macias ter fugido da prisão, em janeiro de 2024, Noboa declarou o Equador em estado em "conflito armado interno" e ordenou que os militares e os tanques fossem para as ruas para "neutralizar" os gangues. A medida foi criticada por organizações de direitos humanos.
O Los Choneros de Macias tem ligações com o cartel mexicano de Sinaloa, com o Clã do Golfo da Colômbia - o maior exportador de cocaína do mundo - e com as máfias dos Balcãs, segundo o Observatório do Crime Organizado do Equador.
A fuga do chefe do crime da prisão provocou violência generalizada e uma grande operação militar e policial de recaptura, incluindo cartazes de "procura-se" do governo onde se oferecia um milhão de dólares por informações que levassem à sua prisão.
A 25 de junho, Macias foi encontrado escondido num bunker sob as telhas de uma casa de luxo no porto pesqueiro de Manta, o centro de operações dos Los Choneros. O presidente do país declarou, na altura, que o criminoso seria extraditado, "quanto mais cedo melhor".
"Teremos todo o prazer em enviá-lo e deixá-lo responder à lei norte-americana", disse Noboa à CNN na altura.
Mais de 70% de toda a cocaína produzida no mundo passa atualmente pelos portos do Equador, de acordo com dados do governo. Em 2024, o país apreendeu um recorde de 294 toneladas de drogas, principalmente cocaína.