Sobreviventes do acidente desta quarta-feira, a cerca de 80 quilómetros da cidade costeira de Pylos, na Grécia, afirmaram que a embarcação, que segundo estimativas transportava cerca de 750 pessoas, virou após a guarda costeira helénica o tentar rebocar com uma corda, depois de uma falha no motor, pouco antes da meia-noite.
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"Três sobreviventes disseram-nos que o acidente aconteceu quando a guarda costeira grega prendeu uma corda na traineira e tentava puxá-la", afirmou Kriton Arsenis, representante do partido grego Mera25.
As equipas de resgate salvaram 104 passageiros, todos homens com idades entre 16 e 40 anos, "do Afeganistão, Paquistão, Síria e Egito", segundo Giorgos Farvas, vice-prefeito de Kalamata. As autoridades locais temem que centenas de pessoas, inclusive crianças, possam ter ficado presas no porão do barco. O jornal britânico de The Guardian" relata que sete traficantes de pessoas foram identificados entre os sobreviventes.
Segundo alguns relatos, ninguém a bordo vestia coletes salva-vidas. "Esta pode ser a pior tragédia marítima na Grécia nos últimos anos", disse Stella Nanou, da Agência de Refugiados da ONU, em declrações à emissora estatal helénica ERT. A pior calamidade migratória na Grécia ocorreu em junho de 2016, quando pelo menos 320 pessoas foram dadas como mortas ou desaparecidas num naufrágio próximo da ilha de Creta.
O ministro do Interior italiano, Matteo Piantedosi, classificou o desastre como "uma grande tragédia", enquanto o secretário de Estado do Vaticano Pietro Parolin afirmou que o Papa Francisco, internado em recuperação de uma cirurgia num hospital em Roma, está "profundamente consternado" com a tragédia.