Um barco com quase 500 passageiros a bordo pegou fogo e virou-se, na quinta-feira, a noroeste da República Democrática do Congo (RD Congo), deixando 107 pessoas mortas e 146 desaparecidas, informaram esta sexta-feira as autoridades congolesas.
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Este é o segundo acidente mortal com um barco naquela região, na última semana.
O acidente desta quinta-feira ocorreu ao longo do rio Congo, no território de Lukolela, na província do Equador, informou o Ministério dos Assuntos Humanitários do Congo num relatório.
Precisamente um dia depois de 86 pessoas terem morrido e várias outras terem ficado desaparecidas, na quarta-feira, também num acidente de barco, no território de Basankusu, na província, elevando-se o total de mortos para quase 200.
Até agora não são claras as causas dos dois acidentes.
Os media estatais atribuíram o acidente de quarta-feira a "carga inadequada e navegação noturna", citando relatos da cena e revelando imagens que mostravam moradores reunidos em torno dos corpos a chorar.
Um grupo da sociedade civil local culpou o governo pelo acidente de quarta-feira e afirmou que o número de vítimas foi maior.
Mas, segundo a agência de notícias Associted Press, não foi possível até agora contactar as autoridades para comentarem este acidente.
O naufrágio de barcos está a tornar-se cada vez mais frequente neste país da África Central, à medida que mais pessoas abandonam as poucas estradas disponíveis e viajam em embarcações de madeira, mais baratas, que se desintegram com o peso dos passageiros e das suas mercadorias.
Nestas viagens, os coletes salva-vidas são raros e as embarcações estão geralmente sobrecarregadas.
Muitos dos barcos também viajam à noite, o que complica os esforços de resgate durante os acidentes, ficando muitos corpos por identificar.
O incidente de quarta-feira ocorreu quando a embarcação, que transportava estudantes e comerciantes para o mercado de Bokenda, virou na saída do rio Solo", explicou à EFE Otis Evoloko, porta-voz da sociedade civil do território de Basankusu, onde se situa a localidade onde ocorreu o naufrágio.
Segundo esta fonte, a embarcação dispunha de uma lista de passageiros, embora não se tenha respeitado o número autorizado.
"No documento constam 96 passageiros, mas segundo o testemunho de dois sobreviventes, viajavam muitos mais, além das mercadorias que a embarcação carregava", referiu o porta-voz.
O Governo da RDCongo anunciou, em maio passado, o encerramento de 240 portos ilegais em rios e lagos utilizados diariamente como vias de transporte num país com escassas infraestruturas e uma extensa selva.
As embarcações, muitas vezes precárias, costumam navegar sobrecarregadas e as sinalizações são praticamente inexistentes.