Em três dias, morreram 33 pessoas em confrontos no Egipto, entre manifestantes hostis ao exército no poder e forças de segurança. Na praça Tahrir, autoridades continuam a lançar gás lacrimogéneo para dispersar manifestantes, que respondem com pedras.
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Há a registar 33 mortos, quase todos no Cairo, desde o início dos confrontos, no sábado, anunciaram responsáveis de uma morgue da capital.
O Ministério da Saúde anunciou, anteriormente, 22 mortos e centenas de feridos.
Um jovem foi morto, no sábado, em Alexandria (norte) e 32 pessoas morreram no Cairo, atingidas a tiro ou mortas por asfixia devido às granadas de gás lacrimogéneo lançadas pela polícia.
Os confrontos continuaram, esta segunda-feira de manhã, entre a polícia, que atirou granadas de gás lacrimogéneo, contra centenas de manifestantes distribuídos em pequenos grupos na praça Tahrir e arredores, que responderam com o lançamento de pedras.
Ministro da Cultura demite-se
O ministro da Cultura do Egipto apresentou a demissão em protesto contra a reacção do governo à violência entre manifestantes e e as forças de segurança, noticiou a agência oficial Mena.
"Apresentei a minha demissão para protestar contra a maneira como o governo tratou os últimos acontecimentos na praça Tahrir", disse Imad Abu Ghazi.
Confrontos a uma semana das eleições
Os confrontos ocorreram a uma semana do início das primeiras eleições legislativas, a 28 de Novembro, desde a queda, em Fevereiro, do presidente Hosni Mubarak, "empurrado" a sair por uma revolta popular.
Os manifestantes exigem o fim do poder militar, instalado desde a queda de Mubarak. Os "slogans" dos manifestantes visavam, sobretudo, o marechal Hussein Tantaoui, chefe do conselho supremo das forças armadas (CSFA) e primeiro dirigente de facto do país.