As autoridades francesas identificaram como o "cérebro" dos atentados de sexta-feira em Paris o belga Abdelhamid Abaaoud, noticiou, esta segunda-feira, a cadeia de televisão britânica Sky News.
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De acordo com as mesmas fontes, Abaaoud está relacionado com o ataque num comboio de alta velocidade com destino a Paris, frustrado por dois soldados norte-americanos, e com um outro ataque contra uma igreja.
O suspeito estava também ligado a dois homens mortos numa operação antiterrorista em janeiro, em Verviers, Bélgica, acrescentaram.
Já o procurador belga veio, esta segunda-feira, afirmar que as notícias de que Abdelhamid Abaaoud terá sido o "cérebro" dos ataques em Paris não passam de rumores.
"Isso são rumores, não há nada confirmado e não vamos fazer comentários", disse o procurador de Bruxelas Eric Van Der Sypt à Reuters.
Abaaoud, que também usa o nome de Abu Omar al Baljiki, é de origem marroquina, tem 27 anos e, segundo a agência Reuters, que cita fontes próximas da investigação francesa, encontra-se neste momento na Síria, de onde terá planeado os ataques.
Abdelhamid Abaaoud é natural de Molenbeek, nos subúrbios de Bruxelas, uma zona conhecida como a "capital jiadista da Europa". Terá sido aqui, aliás, que os oito terroristas implicados nos ataques em Paris terão arranjado armas e coletes suicidas.
Segundo o "The Guardian", que cita a agência noticiosa Belga, Abaaoud foi julgado à revelia por um tribunal da Bélgica, em julho deste ano, e condenado a uma pena de prisão de 20 anos por recrutar para o Estado Islâmico na Síria. Abaaoud - condenado à pena máxima prevista para este tipo de crimes - estava entre as 32 pessoas acusadas de administrar uma das maiores redes de recrutamento jiadista na Bélgica.
À semelhança do que aconteceu a muitos dos réus, Abaaoud foi julgado à revelia e permanece a monte. O mesmo não aconteceu a Khalid Zerkani, o segundo réu mais importante do processo, que foi condenado a uma pena de 12 anos de prisão.
Segundo a Reuters, numa entrevista dada à revista online do Estado Islâmico, em fevereiro deste ano, um islamista que usava o mesmo nome de Abdelhamid Abaaoud gabava-se de ter viajado pela Europa para organizar ataques e adquirir armas, tendo passado despercebido às autoridades.
Abaaoud é também conhecido por ser um dos assassinos de topo do Estado Islâmico e um forte recrutador, tendo, inclusive, levado o irmão de 13 anos para combater na Síria.
Pelo menos sete pessoas estão detidas na Bélgica, em relação com os atentados de Paris.