O Governo norte-americano está a promover "tours" para jornalistas na base de Guantánamo, em Cuba. Segundo o "The New York Times", o objectivo é desfazer "equívocos comuns" sobre o tratamento dado aos seus 176 reclusos. Mas o mais provável é que o guia turístico não responda a nenhuma das perguntas do repórter.
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O pacote inclui estadia, transporte terrestre e três refeições por dia no refeitório da Marinha, algo que o Pentágono promove como sendo um forma de espreitar numa das missões mais secretas do Governo contra o terrorismo.
Contudo, nestas "tours" para jornalistas, há informação sobre os reclusos que é vedada, assim como a captação de certas imagens. Todas são inspeccionadas na base, independentemente de terem sido captadas no local. Instalações de detenção onde não existem torres de vigia são, geralmente, aceitáveis, mas qualquer fotografia ou vídeo que capte o mais pequeno ângulo de uma torre de água ou uma antena é apagado.
Os militares justificam o zelo a pensar nos inimigos dos EUA: dessa forma, não poderão identificar, por exemplo, quais as torres de vigia ocupadas.
O jornal norte-americano sublinha que tudo ganha maior importância quando decorre, esta semana, o primeiro julgamento militar do mandato presidencial de Barack Obama. No banco dos réus está Omar Khadr, capturado no Afeganistão quando tinha 15 anos, em 2002. O julgamento foi, entretanto, suspenso por um mês, após desmaio do advogado.