O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse estar "muito orgulhoso" com a atuação do seu chefe da diplomacia, Antony Blinken, após a tensa troca de acusações com as autoridades chinesas numa reunião no Alasca.
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"Estou muito orgulhoso do secretário de Estado", disse Biden num comunicado, quando questionado sobre o confronto retórico entre os principais representantes diplomáticos de Washington e Pequim, na quinta-feira.
A subsecretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, descreveu esta sexta-feira a reação do representante do Partido Comunista da China para as relações externas, Yang Jiechi, como "exagerada" e para "consumo interno".
"A delegação dos Estados Unidos esteve em Anchorage (Alasca) comprometida em mostrar os princípios, interesses e valores que animam a nossa relação com Pequim", acrescentou Jean-Pierre.
Antony Blinken e Yang Jiechi estiveram reunidos na quinta-feira e prosseguem hoje os encontros em Anchorage, no Alasca, sob um clima de fortes divisões em temas como comércio, tecnologia, direitos humanos e reivindicações territoriais de Pequim sobre Taiwan e várias ilhas nos mares da China.
O clima de tensão começou logo na sessão de abertura, ainda perante as câmaras de televisão que captavam o momento de encontro entre as duas delegações.
Blinken iniciou a reunião a criticar Pequim por tomar ações que "ameaçam a ordem internacional e desestabilizam a estabilidade global", enquanto Yang respondia que, mesmo dentro dos Estados Unidos, muitas pessoas "desconfiam da democracia americana".
A China contestou ainda os apelos dos Estados Unidos para maior transparência nas investigações sobre a pandemia de covid-19, que terá tido o seu epicentro inicial na cidade chinesa de Wuhan, em final de 2019.
As reuniões, que terminam ao final do dia, estão a ser um teste à possibilidade de entendimentos diplomáticos entre dois países que não escondem a rivalidade e os pontos de vista antagónicos em relação a muitas áreas.