Biden reverte decisão de Trump e suspende perfurações em área protegida do Ártico
O governo norte-americano de Joe Biden anunciou, esta terça-feira, a suspensão de todas as perfurações de petróleo e gás no Refúgio Nacional de Vida Selvagem do Ártico, uma área protegida no Alasca, revertendo uma das últimas decisões da administração Donald Trump.
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A decisão é válida "enquanto se aguarda a conclusão de uma análise completa" das consequências para o meio ambiente das concessões outorgadas no início de janeiro pelo governo anterior para a exploração de parcelas da maior área natural protegida do país, informou o Departamento do Interior, em comunicado.
Com base nos resultados dessa análise, o governo decidirá se manterá as concessões como estão, se as cancelará ou se imporá medidas adicionais para proteger o meio ambiente nessa região onde vivem ursos polares e renas.
Há 30 anos que companhias de petróleo e líderes do Alasca fazem lobby para explorar os recursos daquele refúgio nacional, criar empregos e gerar rendimento.
A partir de um texto aprovado no final de 2017 pelo Congresso dos EUA, o Departamento do Interior aprovou, em agosto do ano passado, um programa que abriu caminho para perfurações naquela área costeira do Oceano Ártico, que abrange um total de 6500 quilómetros quadrados.
Uma licitação lançada em dezembro levou à alocação em 6 de janeiro de nove lotes para a Autoridade de Desenvolvimento Industrial e Exportação do Alasca, uma agência governamental, e dois lotes para duas pequenas empresas, totalizando aproximadamente 2430 quilómetros quadrados.
Durante a sua campanha, Biden assegurou que tomaria medidas para garantir permanentemente a proteção do refúgio.
A decisão anunciada esta terça-feira "é um passo importante" no cumprimento dessa promessa, disse a conselheira nacional sobre o clima, Gina McCarthy.
"O presidente Biden acredita que os tesouros nacionais são parte essencial da cultura e da economia do país e agradece a ação rápida do Departamento do Interior" sobre uma decisão "tomada nos últimos dias do governo anterior", acrescentou.
A tutela ressalta que identificou "inúmeras lacunas jurídicas" no procedimento de adjudicação de concessões, incluindo uma análise "insuficiente" em termos de regulamentação ambiental.