
Ayman al-Zawahiri
HO/ AFP
Osama bin Laden era um amigo gentil e leal que honrava os autores dos atentados de 11 de Setembro e chorava frequentemente em público, afirmou o antigo "número dois" da al-Qaeda, que assumiu a liderança da rede terrorista após a morte do fundador.
Numa mensagem de vídeo de 30 minutos, divulgada, na passada terça-feira, em "sites jihadistas", o egípcio Ayman al-Zawahiri chamou atenção para o "lado humano" do fundador da al-Qaeda, morto a 2 de Maio por comandos norte-americanos no Paquistão.
A maior parte das pessoas imagina bin Laden como "o leão do Islão, rugindo que a América nunca mais estará em segurança", mas "as pessoas ignoram que este homem era gentil, paciente e simpático, e muito tímido", observou Zawahiri.
Contou ainda como Bin Laden falava dos 19 piratas do ar do 11 de Setembro "com uma lealdade extrema", referindo-os pelo nome numa declaração proferida depois de ter escapado a um ataque da NATO contra o seu esconderijo afegão, em Tora Bora, em 2001.
"Bin Laden ficava muito triste quando sentia que os seus irmãos no caminho da 'Jihad', a guerra santa, eram oprimidos e não tinham a sua justa recompensa", adiantou Zawahiri.
O ex-líder da al-Qaeda, cuja rede matou milhares de pessoas, entre as quais as cerca de 3000 nos atentados com os aviões no World Trade Center e no Pentágono, a 11 de Setembro de 2001, mostrava-se muito emocionado quando falava dos seus partidários, insistiu Zawahiri.
"Os seus olhos enevoavam-se quando discursava ou quando fazia apelos. Era conhecido por ter a lágrima fácil", disse.
Sublinhou ainda que Bin Laden era um bom pai, que se preocupava com a educação dos seus filhos.
