Tropas russas apoiadas por blindados tomaram, este sábado, uma base aérea em Belbek, na Crimeia, disparando armas automáticas para o ar, informou o porta-voz do Ministério da Defesa da Ucrânia naquela península, Vladislav Selezniov. Há, pelo menos, um ferido.
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Vladislav Selezniov, que citou fontes no local, disse haver informações de que "um jornalista ficou ferido". A BBC cita também informações segundo as quais o ataque fez pelo menos um ferido.
A agência France Presse, que tem um jornalista no local, informou que um veículo blindado de transporte de tropas derrubou o portão da base e dois outros veículos derrubaram partes do muro que a cerca, ao mesmo tempo que tropas a pé entravam no recinto e apontavam as suas armas aos militares ucranianos.
O jornalista relatou também que se ouviu o som de granadas de atordoamento proveniente de dentro do edifício da base, bem como as vozes de alguns soldados ucranianos cantando o hino da Ucrânia e gritando "Glória à Ucrânia!".
A situação acalmou algum tempo depois e os militares russos baixaram as armas.
A hostilidade manteve-se contudo em relação aos jornalistas, tendo o repórter da France Presse sido obrigado a entregar o cartão de memória da câmara de vídeo a um militar.
Horas antes do ataque, foi colocada na página na internet da base de Belbek um texto informando que o comandante tinha recebido um ultimato das forças russas para se renderem e entregarem as armas, caso contrário seriam atacados.
O ataque a Belbek registou-se horas depois de um outro ataque a uma base militar ucraniana na Crimeia, quando cerca de 200 homens desarmados entraram na base ucraniana em Novofedorivka, na parte ocidental da península.
A república da Crimeia e a cidade de Sebastopol, anexadas na terça-feira pela Rússia, foram palco nos últimos dias de ataques a várias bases militares ucranianas.
Segundo fonte do Ministério da Defesa da Rússia, citado pela agência russa Ria-Novosti, menos de 2000 dos 18000 militares ucranianos na Crimeia manifestaram a intenção de partir, tendo os restantes optado por se juntar às forças russas.
Segundo a mesma fonte, bandeiras russas foram hasteadas em 54 dos 67 navios ucranianos no porto de Sebastopol.