
Sacha Baron Cohen
Rick Rycroft / POOL / AFP
Estrela de "Borat" usou "detetor de pedófilos" em entrevista satírica ao político Roy Moore, que decidiu processá-la. Mas o juiz rejeitou a ação, recordando que o convidado tinha assinado um consentimento antes do programa.
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Um tribunal norte-americano rejeitou, na terça-feira, a ação de difamação movida pelo político e advogado Roy Moore contra o comediante britânico Sacha Baron Cohen, terminando assim uma disputa que se arrastava há já três anos.
Em causa estava a participação do antigo candidato ao Senado num dos episódios do programa satírico "Who Is America?", em 2018, durante o qual o humorista encenou uma entrevista e utilizou, a dada altura, um "detetor de pedófilos".
De referir que a transmissão ocorreu um ano depois de oito mulheres terem acusado Moore de agressão sexual, que o político desmentiu. Uma delas tinha apenas 14 anos.
Durante a conversa, Baron Cohen assumiu a personagem de um especialista israelita em antiterrorismo, chamado Erran Morad, que iria atribuir um prémio ao advogado pelo seu apoio a Israel.
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No entanto, além de ter começado o programa a mostrar "clips" de reportagens televisivas sobre as acusações feitas ao político, o comediante simulou a utilização de um "detetor de pedófilos", que apitava sempre que estava próximo do convidado.
Moore decidiu, mais tarde, processar Sacha Baron Cohen por difamação, fraude e imposição de sofrimento emocional. Todavia, o juiz John Cronan rejeitou a ação, defendendo que o programa era "claramente uma piada" e que Moore assinou, na altura, um consentimento que o impedia de processar o humorista. Além disso, frisou que todos os espectadores "razoáveis" sabiam perfeitamente que o suposto detetor não passava de uma brincadeira.
O advogado de Moore, Larry Klayman, já recorreu, frisando que a decisão do juiz é, essa sim, uma "piada de mau gosto".
A estrela de "Borat" reagiu, entretanto, no Twitter, ao desfecho do caso com uma nova provocação. "Desculpa, Roy. Boa tentativa", escreveu, recordando novamente as acusações enfrentadas pelo advogado.
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