Há dois anos que 219 alunas de um colégio na Nigéria foram raptadas por radicais do grupo Boko Haram, que agora divulgaram um vídeo como prova de vida das raparigas.
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Um vídeo enviado pelo Boko Haram às autoridades nigerianas mostra cerca de 50 raparigas que supostamente pertencem ao grupo de 219 que foi raptado de um colégio na localidade de Chibok, faz esta quinta-feira dois anos.
Três mães identificaram as suas filhas no vídeo, naquela que é a primeira imagem das jovens desde maio de 2014, quando o Boko Haram divulgou uma outra gravação.
As autoridades nigerianas reagem com cautela referindo que é preciso fazer mais identificações, uma vez que no passado os radicais deram pistas falsas que impossibilitaram até agora o resgate das reféns.
Dois anos após sequestro das 219 alunas de Chibok, no nordeste do país, não há informação sobre o seu paradeiro e suspeita-se que terão sido vendidas a redes de tráfico humano ou casadas à força com elementos do grupo radical.
Estas raparigas não foram as únicas vítimas do Boko Haram mas a dimensão do sequestro deu dimensão internacional ao problema. No Twitter, uma campanha com a "hastag" (etiqueta) #BringBackOurGirls (Tragam de volta as nossas raparigas) reuniu os apelos à libertação. Aos anónimos também se juntaram muitas celebridades, como Michelle Obama, mulher do presidente norte-americano, Hillary Clinton e Malala Yousafzai.
Organizações de direitos humanos têm denunciado as práticas cruéis destes radicais islâmicos. Sabe-se que usam menores como bombistas suicidas, muitos deles forçados e drogados. Em 2014, os ataques protagonizados por crianças-bomba foram pelo menos quatro, em 2015 terão sido 44, segundo um relatório da Unicef. Destes, 75% (três em cada quatro) eram raparigas.
Os militantes do Boko Haram pretendem instaurar um estado islâmico no norte da Nigéria, maioritariamente muçulmano, ao contrário do sul, de maioria cristã. Uma força multinacional com tropas da Nigéria, Níger e Chade tem realizado operações contra o grupo, que já causou 17 mil mortos e 2,5 milhões de deslocados desde 2009.