A Bolsa de Valores de Damasco retomou esta segunda-feira as atividades, após seis meses de encerramento, no âmbito dos esforços das novas autoridades sírias para relançar a economia após a queda em dezembro de 2024 do regime de Bashar al-Assad.
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Al-Assad foi deposto por uma coligação de rebeldes e jiadistas liderada pela Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham ou HTS, em árabe).
O ministro das Finanças sírio, Mohamad Yusr Barniyé, destacou que a reabertura da bolsa “é um sinal do início da recuperação” do país, salientando que irá funcionar como uma empresa privada e que será como um centro genuíno para o desenvolvimento económico sírio, que terá “um foco firme no digital”.
“A nossa postura está centrada na justiça, na igualdade, na liderança do setor privado e na atração de investimentos”, explicou o ministro, antes de salientar que as autoridades “facilitarão as operações comerciais e abrirão as portas a oportunidades de investimento promissoras”.
O diretor executivo da bolsa, Basel Asaad, disse que a reabertura tem uma “importância histórica” e afirmou que o organismo assumirá as responsabilidades “com transparência”, segundo informou a agência noticiosa estatal síria SANA.
As autoridades sírias têm reclamado em várias ocasiões um aumento dos investimentos e apoios internacionais para avançar com a reconstrução do país após 14 anos de guerra civil, desencadeada pela violenta repressão do regime de Assad das manifestações pró-democracia de 2011 no âmbito da chamada “Primavera Árabe”.
O líder do HTS e atual presidente interino da Síria, Ahmed al-Sharaa, também envidou esforços para tentar convencer a comunidade internacional a investir, garantindo que vai impulsionar um processo de democratização e que respeitará os direitos das minorias, face às preocupações decorrentes da presença de ‘jihadistas’ no topo do governo.