Em conferência de imprensa, o presidente do Brasil atacou o ministro da Justiça demissionário e disse que Sergio Moro se preocupou mais com a investigação de Marielle Franco, ativista assassinada em 2018, do que com Adélio Bispo, que o esfaqueou durante a campanha presidencial no mesmo ano.
Corpo do artigo
"Será que é interferir na Polícia Federal quase que exigir, implorar a Sergio Moro, que apure quem mandou matar Jair Bolsonaro? A Polícia Federal de Sergio Moro preocupou-se mais com Marielle do que com o seu chefe supremo", disse Jair Bolsonaro aos jornalistas.
Para Bolsonaro sendo ele o presidente do Brasil não tem que "pedir autorização a ninguém para trocar qualquer um que esteja na pirâmide hierárquica do poder executivo", admitindo que tem interesses pessoais na Polícia Federal.
Em declarações aos jornalistas, justamente para responder a acusações feitas por Sergio Moro, horas antes, Jair Bolsonaro aponta o dedo a Moro, acusando-o de ter um compromisso com "o seu ego e não com o Brasil".
Bolsonaro assegurou que está "a lutar contra o sistema, contra o 'estabilishment', garantindo que, no seu ponto d evista, "coisas que antes aconteciam no Brasil, praticamente já não acontecem".
"Sempre lhe disse: Moro, não tenho informações da Polícia Federal. Todos os dias tenho que ter um relatório daquilo que aconteceu, em especial nas últimas 24 horas, para decidir o futuro da nação. Nunca pedi o acompanhamento de qualquer processo. Até porque a inteligência, com ele, perdeu espaço na Justiça", contou.
O presidente do Brasil sustentou ainda que não autoriza que a sua "autoridade seja confrontada por qualquer ministro", apontando que "a confiança é uma via de mão dupla". Bolsonaro assegurou ainda que continua "fiel a todos os brasileiros, no combate à corrupção, às organizações criminosas e a trabalhar para a redução da criminalidade".
"O governo continua. O governo não pode perder a sua autoridade por questões pessoais de alguém que se antecipa a outros projetos. Travo o bom combate. A minha preocupação é entregar um Brasil, a quem me suceder no futuro, bem melhor do que recebi em janeiro do ano passado", terminou.