O presidente brasileiro disse que o seu filho Eduardo Bolsonaro e o ministro das Relações Exteriores estão nos Estados Unidos para discutir uma possível ajuda norte-americana no combate ao fogo na Amazónia.
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"Talvez tenha uma novidade logo mais. O Ernesto [Araújo] e o Eduardo [Bolsonaro] estão lá nos Estados Unidos. Talvez eles tenham algo para adiantar na conversa com o [presidente dos EUA, Donald] Trump. Eu pedi para o Trump nos ajudar", afirmou Jair Bolsonaro, à saída do Palácio da Alvorada, em Brasília.
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O chefe de Estado brasileiro considera nomear o seu filho Eduardo Bolsonaro para o cargo de embaixador do Brasil em Washington, embora a indicação ainda precise de ser aprovada pela câmara alta do Congresso do país.
Além de mencionar a reunião dos seus representantes com Donald Trump, Jair Bolsonaro também disse que vai falar esta sexta-feira com a chanceler alemã, Angela Merkel, sobre os incêndios na Amazónia."Está previsto o telefonema com a Merkel, sim. Ela começou com um tom, depois foi para a normalidade", disse Bolsonaro .
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O chefe de Estado do Brasil, porém, voltou a fazer críticas ao presidente francês, Emmanuel Macron. Bolsonaro disse que está disposto a conversar com qualquer pessoa "exceto com o nosso querido Macron, a menos que ele se retrate do que disse sobre a soberania da Amazónia e peça desculpas".
Os desentendimentos entre os presidentes brasileiro e francês acentuaram-se nas últimas semanas, quando o ministro dos Negócios Estrangeiros da França esteve no Brasil e Jair Bolsonaro recusou-se a recebê-lo, alegando que tinha compromissos, mas apareceu pouco depois da hora marcada a cortar o cabelo numa transmissão no Facebook.
Os incêndios da maior floresta tropical do mundo reacenderam uma troca de palavras entre Bolsonaro e Macron.
Na semana passada, o presidente francês disse que Bolsonaro lhe mentiu quando garantiu, na cimeira do G20, que reuniu líderes das 20 maiores economias do mundo no Japão, o compromisso em preservar o ambiente.
O presidente francês anunciou que os países do G7 decidiram disponibilizar ajuda imediata de 20 milhões de dólares (17,95 milhões de euros) para combater os incêndios na Amazónia, mas Bolsonaro declarou que só aceitaria a ajuda se Macron se desculpasse do que classificou como ofensas contra si.
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Macron também causou desconforto quando levantou, no encontro do G7, a possibilidade de propor à Organização das Nações Unidas (ONU) que a Amazónia seja submetida a uma espécie de gestão internacional.
Bolsonaro, por sua vez, disse que o Governo francês adotou um tom desrespeitoso ao classificá-lo de mentiroso, exigiu desculpas, e acusou o país europeu de adotar uma postura colonialista.
O número de incêndios no Brasil aumentou 83% este ano, em comparação com o período homólogo de 2018, com 72.953 focos registados até 19 de agosto, sendo a Amazónia a região mais afetada.
A Amazónia é a maior floresta tropical do mundo e possui a maior biodiversidade registada numa área do planeta, com cerca de 5,5 milhões de quilómetros quadrados, incluindo territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (pertencente à França).
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) brasileiro anunciou que a desflorestação da Amazónia aumentou 278% em julho, em relação ao mesmo mês de 2018.