O ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, está a ser investigado pela Polícia Federal por ter alegadamente importunado uma baleia-jubarte enquanto andava de jetski.
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Bolsonaro terá sido avistado, em junho, a cerca de 15 metros de uma baleia-jubarte nas águas da costa sudeste do Brasil, perto da cidade de São Sebastião. Segundo a imprensa brasileira, o ex-presidente estaria a gravar um vídeo com o telemóvel enquanto a baleia demonstrava comportamentos que sugeriam angústia ou desconforto.
De acordo com o jornal britânico "The Guardian", a legislação brasileira proíbe “o assédio deliberado a qualquer espécie de cetáceo”, como golfinhos ou baleias-jubarte. De acordo com as regras do órgão ambiental Ibama, as embarcações com os motores ligados não devem estar a menos de 100 metros desses animais. É também proibido perseguir ou invadir o espaço de grupos de golfinhos ou baleias ou de fazer ruído excessivo num raio de 300 metros de qualquer cetáceo.
Bolsonaro enfrenta uma série de investigações sobre supostos crimes, incluindo a conspiração de um golpe contra o seu sucessor, Lula da Silva, a apropriação indébita de jóias caras e a falsificação de registos de vacinação contra a covid-19. O ex-presidente foi proibido de concorrer às eleições até 2030.
No sábado, o ex-presidente rejeitou o inquérito sobre a baleia-jubarte como mais um exemplo de perseguição política por parte de políticos e ambientalistas brasileiros. “Todos os dias acusam-me de algum tipo de travessura. Ontem foi caçar baleias”, disse Bolsonaro aos seus apoiantes, antes de fazer um comentário depreciativo sobre o ministro da Justiça do Brasil, Flávio Dino, que comparou com uma baleia.
Há pouco mais de uma década, Bolsonaro foi multado por pesca ilegal numa reserva marinha no litoral do Rio de Janeiro.