O Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro deu 24 horas à defesa de Jair Bolsonaro para explicar o incumprimento da medida cautelar que o proíbe de usar as redes sociais, direta ou indiretamente, sob pena de prisão. Ex-presidente visitou a Câmara de Deputados e discursou à porta, mostrando a pulseira eletrónica.
Corpo do artigo
O braço de ferro entre Jair Bolsonaro e a Justiça brasileira pode levar o antigo presidente do país até à prisão, depois de o Supremo Tribunal de Federal ter considerado que o ex-presidente brasileiro não cumpriu as medidas de coação agravadas, sexta-feira, na investigação a um alegado golpe de Estado e tentativa violenta de abolição do Estado democrático de direito.
"Intimem-se os advogados regularmente constituídos por Jair Messias Bolsonaro para, no prazo de 24 horas, prestarem esclarecimentos sobre o descumprimento das medidas cautelares impostas, sob pena de decretação imediata da prisão do réu", lê-se na decisão de segunda-feira do juiz Alexandre de Moraes, citado pela Agência Brasil.
Este pedido de esclarecimento surge após o juiz ter clarificado que o ex-presidente Jair Bolsonaro não pode dar entrevistas que sejam retransmitidas nas redes sociais, "sob pena de revogação das medidas alternativas e decretação da prisão". Só que, minuto depois desta clarificação, Bolsonaro visitou a Câmara dos Deputados para discursar com apoiantes e os vídeos foram partilhados nas redes sociais por apoiantes e familiares do político.
"Não roubei os cofres públicos, não desviei recurso público, não matei ninguém, não trafiquei ninguém. Isso aqui é um símbolo da máxima humilhação em nosso país", disse Bolsonaro, mostrando a pulseira eletrónica.