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Philip Lee era deputado do Partido Conservador há 27 anos. Esta terça-feira, em pleno discurso do primeiro-ministro, Boris Johnson, conservador como ele, levantou-se do lugar na bancada tory, atravessou a sala dos Comuns em Westminster e foi sentar-se na bancada dos Liberais Democratas.
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Johnson dispunha de uma maioria parlamentar física de um deputado. Acabou de perdê-la. A maioria virtual, essa, estava perdida desde que decidiu, na semana passada, suspender os trabalhos do Parlamento entre 9 de setembro e 14 de outubro, para evitar que produzisse legislação travando uma saída da União Europeia sem acordo para relações futuras e implicando a reposição de uma fronteira física com a Irlanda.
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Cerca de 20 deputados conservadores deverão votar esta noite de terça-feira com quase toda a oposição pela promoção de um debate de emergência sobre o Brexit, cuja aprovação deverá permitir pôr a votação esta quarta-feira uma lei que impede uma saída sem acordo e prevê o pedido de extensão do prazo de saída em caso de dificuldade a rubricar um compromisso definitivo com a União Europeia. Aprovada, segue para o Senado, de onde tem de regressar antes da suspensão do Parlamento.
Boris Johnson já fez saber que a aprovação dessa lei numa primeira leitura, quarta-feira, resultaria na proposta de eleições antecipadas.
"Há 27 anos juntei-me ao partido Conservador e Unionista dirigido por Sir John Major. O partido a que me juntei em 1992 não é o partido que hoje abandono", justificou Philip Lee, acusando o Governo de Johnson de mentiras, bullying e manipulação para perseguir intentos de um Brexit letal para a economia e a integridade do Reino Unido.
