
Mais de 141 milhões de eleitores brasileiros votam hoje na segunda volta das presidenciais
Washington Alves/Reuters
Chega, este domingo, ao fim uma das mais crispadas campanhas presidenciais no Brasil. Mais de 141 milhões de eleitores escolhem entre Dilma Rousseff e Aécio Neves, para sarar as feridas de um país que parece dividido.
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As últimas sondagens evidenciam uma divisão geográfica, além da ideológica, entre a direita e a esquerda, entre o "povão" e os ricos. Dão conta da oposição entre o Norte e o Sul do Brasil, que hoje se opõem na segunda volta das eleições presidenciais, com os dois candidatos Dilma Rousseff, pelo Partido dos Trabalhadores, e Aécio Neves, pelo Partido da Social-Democracia Brasileira.
Na primeira volta, a atual presidente, Dilma Rousseff venceu em 15 estados, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, enquanto Aécio Neves venceu no Sul e Sudeste do Brasil.
E segundo as últimas sondagens, a preferência das regiões pelos candidatos deve manter-se. A pesquisa Datafolha mostra vantagem de Rousseff no Nordeste e no Norte e vitória de Neves no Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Jornalistas e colunistas falam de um país partido ao meio. "Jogar uns contra os outros pode ser eficiente na hora de conquistar o voto dos indecisos, mas e depois?", questiona Raquel Landim, jornalista brasileira e colunista do "Folha de S. Paulo".
As últimas pesquisas dão uma ligeira vantagem a Dilma com 53% e Aécio com 47% dos votos válidos. Já a sondagem do Ibope, mostrou Dilma com 54% e Aécio com 46% dos votos. "A eleição deu todas as voltas possíveis, mas chega aos últimos dias como começou lá atrás: com o favoritismo da candidata à reeleição, Dilma Rousseff", constata a colunista do "Folha de S. Paulo", Eliana Cantanhêde.
Das voltas da campanha, fica para a história o tom de crispação, a troca de acusações e até as cenas de violência física entre os apoiantes das duas candidaturas.
"As campanhas de Dilma Rousseff e Aécio Neves baixaram um pouco o tom nessa última semana antes do pleito, mas só depois de chegar ao limite da irresponsabilidade e acirrar uma polarização que não é nada saudável para o país", escreveu Raquel Landim, no mesmo dia em que Dilma Rousseff apelou à tranquilidade.
Mas o apelo não teve eco, anteontem à noite, quando cerca de 200 pessoas atacaram a sede editorial da revista "Veja", depois desta publicar uma reportagem sobre o esquema de corrupção na Petrobras, revelando que Dilma e Lula sabiam de tudo. No local ficou um monte de lixo e muitas revistas rasgadas. Três pessoas foram detidas. A candidata do PT considerou a reportagem como "terrorismo eleitoral" e condenou o ataque: "Não é assim que se faz um país civilizado".
O assunto também foi levado por Aécio ao último debate entre os dois candidatos, que ficou marcado pela troca de acusações e provocações.
Daí que antes de resolver a estagnação da Economia, a inflação elevada, os problemas na Saúde e na Educação, a corrupção, o vencedor das eleições de hoje terá como primeira missão sarar as feridas abertas durante a campanha eleitoral.
